segunda-feira, 31 de agosto de 2015

[leituras] Clockwork Orange

Título: Clockwork Orange
Autor: Anthony Burgess
Páginas: 352
Ano: 1962

Vi o filme há já uns tempos mas adorei aquilo. A crueza dos comportamentos, a indiferença, as atitudes drásticas, é fabuloso. Sabia que tinha de ler o livro mas a par com o 1984 foi sendo arrastado, e arrastado, até agora.

Em conversa, ainda no início da leitura, descrevi este livro como brutal mas com classe, e não me enganei, é exactamente isso.

É um livro duro, com cenas muito cruas e agressivas, num contexto que nos é estranho e com pessoas muito diferentes daquilo que conhecemos, mas não tão diferentes que não consigamos ver isto a acontecer na realidade. Isso dá-lhe um ar terrível, de ser possível de o vermos ao nosso lado e isso é do melhor/pior que podemos apanhar numa história.

O livro é contado na primeira pessoa e numa linguagem diferente. Felizmente a versão onde li têm um Glossário de Nadsat (Nadsat == adolescentes) o que facilita a leitura. De qualquer das formas é um bocado chato estar sempre para trás e para a frente. Claro que rapidamente as palavras mais usadas foram assimiladas no meu dicionário mas de vez em quando lá tinha de ir ao fim do livro e ver o que queria dizer alguma coisa.

Mas é a única "falha" porque mesmo o facto de ter esta escrita transporta-nos para um realidade diferente da nossa e nos contextualiza, sem precisarmos de muito mais naquilo que estamos a ler. 

O livro é fascinante, é realmente muito bom e embora não seja uma leitura leve e muito menos agradável para pessoas com estômagos mais sensíveis é dos livros que mais gozo me deu a ler nos últimos tempos! Muito, muito, muito bom!

domingo, 30 de agosto de 2015

Internet Attack (XXVIII)

Há pessoal que é muito "usado" para os mais diversos fins nesse imenso mundo que é a internet! Uma dessas pessoas é o Nicholas Cage. Eu às vezes tenho pena do tipo, confesso, mas depois lembro-me das maravilhas que são feitas à pala desse mesmo gozo e acabo por não ligar muito mais.

Depois de tanta Cage Fiction eis que chega: Cage of Thrones (*insert genérico de Game of Thrones*).


Ah pois! Isto existe e algumas das imagens estão só super divertidas!


É estranho? Sim, é! É divertido? Sem dúvida! Pessoas que fazem estas coisas, estão de parabéns!

Agora algo mais educativo:


Ao menos uma pessoa fica bem informada do que pode acontecer. Não se pode dizer que seja pouco explícito! É ligeiramente assustador mas até que dá uma boa ideia dos perigos da coisa, não? Até porque por muito terrível que seja ver o vídeo se não fosse com bonecos era bem pior!

E mais uma daquelas coisas que eu gosto sempre de encontrar: imagens minimalistas onde se escondem coisas bem conhecidas da maior parte das pessoas. Estes são com Star Wars e não são propriamente os mais fáceis de sempre. As explicações estão a acompanhar as imagens mas confessemos, algumas são meio rebuscadas.

Ainda assim, lá que são giras, isso são!


sexta-feira, 28 de agosto de 2015

[cinema] Sharknado

É preciso dizer alguma coisa? A sério? Sharknado diz tudo, não diz? (a imagem escolhida foi descoberta depois de escrever isto mas caiu mesmo no ponto)

Dos filmes mais afamados dos últimos tempos - todos três - isto foi uma ideia peregrina e genial ao mesmo tempo!

Eu demorei mais do que o comum dos mortais a ver sequer o primeiro mas isto requer uma preparação psicológica para sabermos o que havemos de pensar ao ver tamanha... obra prima!

Um tornado que começa no mar e apanha tubarões que são levados para terra e desatam a comer pessoas nas mais divertidas situações possíveis! Eu admiro a capacidade que esta gente tem não só para pensar numa coisa destas como para pensar nas mortes mais estupido-divertidas do cinema e mais! - Fazem isto em 3 filmes!

Realmente há pessoal com tempo a mais, cheira-me. Mas mesmo assim isto é muito bem apanhado! E isso vê-se muito bem na fama que estes filmes têm. São parvos? Sim, mas o que vendo nos dias que correm é a parvoíce mais pura que se conseguir. Por aí estes tipos são reis autênticos.


quarta-feira, 26 de agosto de 2015

[leituras] Rebeca

Título: Rebeca
Autor: Daphne du Maurier
Páginas: 376
Ano: 1938

Aos séculos que ouço falar deste livro. Mais recentemente por uma amiga minha que não se calava que tinha de ler isto. O livro parecia interessante, vinha com boas referências e porque não? Vamos lá ver o que saía dali. E saíram coisas interessantes.

Para começar, a primeira impressão que tive do livro foi que seria como o Lavínia, da Le Guin: em história nada de especial mas tão envolvente e com uma escrita tão interessante que valia a pena continuar e ler sem grandes pausas.

Depois comecei a envolver-me na história, comecei a afeiçoar-me às personagens. Além disso lia as coisas e era tão fácil descobrir o que ia acontecer a seguir. Estupidamente fácil, achava estranho e ligeiramente aborrecido embora não me chateasse assim tanto, porque estava embalada pela escrita - Daphne du Maurier está na lista de a repetir, que isto foi uma boa primeira impressão.

O tipo de história, a maneira como é contada e o próprio drama inerente a ela fez-me lembrar o Monte dos Vendavais mas enquanto esse foi um suplício de ler - um clássico, cim, mas claramente não é coisa para mim - este não. Este interessou-me, cativou-me e tem realmente uma escrita que vale a pena conhecer e saborear. 

Mas pronto, um homem que casa segunda vez, depois da morte da sua primeira mulher, alguém encantador, que a todos agradava e cuja perda tão penosa foi para todos em concordância. Mas as aparências iludem, como bem se sabe e há sempre mais na história do que aquilo que estamos a contar - se for das que eu gosto. E esta foi exactamente assim! E se, como disse acima, durante o livro todo eu sabia o que se ia passar de tão óbvio que era depois temos um twist que não estava a contar e que muda as coisas brutalmente. Aí sim, gostei de ler isto e ser surpreendida.

Não é que se tenha tornado o meu livro favorito, nem nada que se pareça mas sem dúvida que é uma obra fascinante que nos consegue fazer páginsa e páginas seguidas sem nos darmos conta, que nos leva nas palavras escritas e nos conta uma história bem contada. 

Obrigada Lopinhas, desta vez tinhas razão! :)



segunda-feira, 24 de agosto de 2015

[leituras] O Baile

Título : O Baile
Argumento: Nuno Duarte
Ilustração: Joana Afonso
Páginas: 49
Ano: 2012

Mais um livro com selo Kingpin que tinha de ler - como os outros todos, mas enfim.

Nuno Duarte já é um nome que me agrada encontrar em qualquer coisa. Depois de Fórmula da Felicidade não podia ser de outra forma. Já Joana Afonso está debaixo de olho a ver o que pode sair por essas mãos.

Este Baile é um bom livro. Gostei imenso de o ler, tem uma leitura fácil e interessante, tem uma história muito curiosa mas não achei que fosse assim tão inovadora quanto isso. É uma boa história mas não é nada de outro mundo. Por outro lado achei que desta vez as ilustrações não estavam tão interligadas com a história, ou seja, não acompanhavam o argumento de par a par, há um distanciamento de uma coisa para a outra - ou pelo menos eu senti-o -  e isso dá um nó na leitura. Parece que são duas coisas a ser contadas, que embora sejam a mesma têm ali um desfasamento qualquer. Talvez o que precisasse fossem mais umas páginas, abrir um pouco as coisas para ficarem mais pormenorizadas em cada ponto, ou com margem de manobra para serem ditas as coisas de uma maneira diferente, não sei.

Sei que gostei do livro, gostei bastante até, mas não achei que fosse algo inovador ou que traga alguma característica especial.

domingo, 23 de agosto de 2015

Internet Attack (XXVII)

Stanley Kubrick foi um tipo que fez coisas maravilhosas. Tenho uma grande problemas com o The Shinning mas pronto, consigo viver com isso. O Clockwork Orange é brilhante, compensa! E mais uma vez alguém fez umas obras muito interessantes com base nos filmes deste senhor:




As cores conseguem ainda torná-los mas assustadores do que já são. Mas ficaram muito bons. Gostava eu de saber fazer coisas assim!

Por outro lado se cada vez é mais difícil de fugir a spoilers há pessoas que se opõem a dar vida fácil:






E é assim que se consegue arruinar alguns filmes a pessoas mais sensíveis!

Mas por falar em filmes, há coisas tão boas que se fazem!


É para isto que queremos pessoas imaginativas! Eu quero tanto ver este filme que chega a doer!. Vejam o traler, É fascinante!

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

[series] Game of Thrones




Foi desta! Já vi Game of Thrones. Sem me preocupar muito por ler os livros todos porque não importa, não é? E agora começa o martírio de esperar por livros e mais episódios. Porque é que me meto nestas coisas?

Enfim, está visto! Apanhando assim com contexto de livros em conjunto e tudo há várias coisas a dizer. Embora os livros sejam seguidos são meras directrizes. A série já não está a seguir exactamente o que se passa nos livros. É no mesmo muito, tem as mesmas personagens, de vez em quando até fazem coisas parecidas mas já não é a mesma coisa. 

A primeira temporada é claramente uma adaptação do filme, a segunda ainda segue praticamente o livro, a terceira começa a descambar e daí é uma montanha russa. 

Com isto não quero dizer que seja uma má opção ou que resulte mal, antes pelo contrário. Em vários casos gostei mais do que fizeram na série do que nos livros, noutros não. Há histórias que estão nos livros que gostava de ter visto na série mas já se sabe que isso é o mais normal que se tem nestas coisas.

Há personagens que estão especialmente bem conseguidas, seja o bendito Tyrion, seja a Olenna Tyrell e outras que só chateiam e dão vontade de atirar de um penhasco. Não, Cersei? Não, Rob Arrin? Enfim. 

Mortes já toda a gente sabe que é uma constante, embora haja uma ou duas que me deixaram de boca aberta. Literalmente. Eu tentei manter-me spoiler free, ao máximo, e consegui, mas foi bem pior sem ter alguma ideia do que quer que fosse acontecer.

Ao contrário do que me diziam e do que fui acreditando não achei que a série estivesse a abusar do que vende em matérias de nudez e sexo explícito e gratuito. A série nem abusa nada, está no ponto certo. Há corpos nus, sim, há sexo, sim, mas faz tudo parte. Não é uma coisa que acontece do ar nem é uma coisa despropositada. Todas as cenas fazem sentido e não é nada de outro mundo. Está num equilíbrio muito bom e fiquei contente com isso. Era estupidamente fácil cair nesse poço mas os senhores responsáveis fizeram um bom trabalho.

Mas sim, isto é claramente série para mim. Guerras políticas com algum sangue e tripas, sem grandes exageros, boas personagens, bons cenários (raio de sítios mais bonitos para onde levam aquela gente toda), bons esquemas de guerra e de acção, o funcionamento dentro de cada reino e nas relações entre reinos, enfim, o pacote completo.

Eu gosto do resultado que conseguiram com esta série. Não sei se gostarei muito do que se segue mas teriam tudo para agora começar a descambar mais um bocadinho com mais acção e mais coisas a acontecer, já há tantas cartas na mesa, é só aproveitar a maré. Não digo que não pudesse estar melhor, provavelmente sim. Não acho que seja espectacular mas gosto do esquema actual. Espero que não o percam nem que descambem completamente ou se arrastem infinitamente. Isto é bom, mas juízo!

P.S. : Escrever sobre isto é complicado! Na série com mais spoilers de sempre não quero ser mais uma fonte. Por isso, pronto, fica assim. Mas há muito a acontecer, e muitas dificuldades em engolir algumas das coisas que se lembrarão de fazer. Fica a dica de ver com cautela!


quarta-feira, 19 de agosto de 2015

[leituras] Sepultura dos Pais

Título: Sepultura dos Pais
Argumento: David Soares
Ilustração: André Coelho
Páginas: 60
Ano: 2014

O meu pensamento a pegar nisto foi simples: "Por favor não sejas tão mau quanto o Palmas para o Esquilo!!!".

Deve ter sido o livro que mais me chateou nos últimos tempos especialmente tendo em conta que as minhas leituras de David Soares tinham sido realmente muito boas. Depois aquele livro, com tanto potencial desperdiçado. Enfim, nem pensar é bom.

Este Sepulturas dos Pais tinha um ar diferente. Deu-me a ideia de ser mais parecido com a onda da Círculo de Abuso e isso deu-me esperanças. Talvez tenha sido apenas das ilustrações a preto e branco, talvez o aspecto mais bruto e cru quando vi os primeiros esboços. Seja lá pelo que for a primeira impressão deste novo livro prometia. E desta vez - abençoado - não me decepcionou.

É uma história estranha - go figure - e com uma parte mágica que funciona bem e mal ao mesmo tempo ao longo da história.

Eu gostei do livro, fiquei feliz por não ter as mesmas reviravoltas linguísticas dos últimos tempos em David Soares mas sem cair numa linguagem simples e banal. Ao mesmo tempo tem uma parte mais mística numa relação mais do que amorosa que se cria que está bem explorada.

O pior foi o fim, que achei mal explorado e que fica ligeiramente tonto. De resto o livro lê-se bem, é simples e claro - mesmo com as magias todas que tem pelo meio - e é uma coisa que dá para ler sem ter de ter um dicionário ao lado. E isso já é muito, não é?


segunda-feira, 17 de agosto de 2015

[leituras] Objectivos do Milénio - Vencer os Medos

Título: Objectivos do Milénio - Vencer os Medos
Argumento: João Paulo Cotrim
Desenho: Miguel Rocha, Rui Lacas, Tiago Albuquerque, João Fazenda, Maria João Worm, Susa Monteiro, Pedro Burgos
Páginas: 64
Ano: 2008

Este livro foi-me trazido para ler, assim sem grande motivação aparte de ter um ar ligeiramente estranho e as ilustrações parecerem interessantes.Eu achei que isto ia ser tão diferente. O livro tem potencial, tem pessoal porreiro mas depois isto não faz sentido! 

A ideia deste projecto é ser uma forma de transmitir uma mensagem, os Objectivos do Milénio, e depois as histórias são confusas e com pouco fio condutor. Uma coisa ou outra! Eu achei que o livro seria interessante e uma boa leitura se fosse feito de outra forma, assim acaba por se tornar confuso rapidamente, não transmitir grande mensagem, e mesmo a que ainda se percebe é quase imposta a martelo.

As ilustrações são boas, bonitas, com cores lindíssimas - aliás, em ilustradores têm alguns dos que fui apanhando de forma aleatória e dos quais fiquei fã, como é o caso de João Fazenda - mas depois não jogam com nada. A moral perde-se na confusão que é cada história.

É mauzinho, o livro. É dos livros que até pode parecer interessante e depois não é. Prefiro os que encontro escondidos na estante e depois são um regalo para o coração literário.

domingo, 16 de agosto de 2015

Internet Attacks (XXVI)

A internet é das coisas mais estranhas que se consegue arranjar. Não sei quem são as pessoas que se lembram de fazer o que por lá encontramos mas há de tudo. Desde as coisas mais inocentes às mais atrozes. Tão depressa encontramos receitas de farófias como vídeos sobre como fritar um iPhone. Maravilhas da liberdade internetiana e da mente humana.

O que descobri, desta vez, foi um tumblr muito interessante: Seventies Blowjob Faces.



E o nome diz tudo. É literalmente agarrar nas caras excitadíssimas, com os seus bigodes e penteados maravilhosos e espetá-las todas juntas nesta coisa do Tumblr (por curiosidade: há alguém que saiba mesmo dizer esta palavra? Não, pois não? É só para gozar connosco! Ok!).

(Também há um album de Pinterest com o nome de Hairy Chests I want to Cry On, para possíveis interessados)

Os portugueses são um povo curioso, diferente, Tuga! Mas se tivermos de explicar o que é ser português, o que é que dizemos?

Encontrei uma lista engraçada sobre isso e verdade seja dita, captaram bem a nossa essência.

Vem quase em modo diário de um tuga e apanhou ali muita coisa certeira. Seja a constante necessidade de falar e pensar em comida, seja as anedotas dos Alentejanos, seja as tradições de épocas comemorativas, ou a nossa vontade de reclamar  barafustar de uma forma geral. É uma leitura engraçada só para ver até que ponto não somos ligeiramente previsíveis.

Vá, coisas fofinhas agora! A criatividade que vejo em muita gente fascina-me e este é mais um desses exemplos. Tanta gente que bebe café todo o santo dia e os milhões de nódoas de café que se criam. Então e aproveitá-las? Para fazer bonecos fofinhos, talvez?





Têm um ar muito divertido, muito diferente mas bem engraçado! Não consegui perceber de quem são estas obras mas lá que são espectaculares, isso sim!






sexta-feira, 14 de agosto de 2015

[cinema] Man of Steel



Título: Man of Steel
Realização: Zack Snyder
Argumento: David S. Goyer, Christopher Nolan
Elenco: Henry Cavill, Amy Adams, Michael Shannon
Duração: 143 min
Ano: 2013

Trailer

Eu não tinha vontade de ver este filme mas vai não vai, bora ver um filme e saiu este. E isto é tão mauzinho...

Eu por natureza não sou a maior fã do Super-Homem. Sim, sou da equipa que o acha overpowered e que pronto, perde um bocado a piada, sendo todo certinho e pãozinho sem sal. Os super-heróis para mim têm de ter mais garra que isso. 

Isto dito a vontade de ver o filme era pouca. Vai não vai, acabo por ver o filme e isto é uma obra muito fraquinha. A quantidade de falhanços redondos que ia dando conta enquanto via o filme era ridícula, a história até pode estar razoável mas depois meteram os pés pelas mãos. 

O filme era feito por porções, muitas delas sem grande ligação, quase em estilo manta de retalhos, a falta de acção deste Clark é triste e sei lá, as coisas são más, acontecem sem grande sentido, muitas por acaso, aqueles light flares constantes são péssimos, o CGI está muito nítido em grande parte do filme. Vá lá pessoal, isto merecia mais. 

Façam um filme mais jeitosinho nos próximos que isto anda meio fraco.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

[leitura] Scott Pilgrim

Título: Scott Pilgrim (#1-6)
Autor: Bryan Lee O'Malley
Páginas: 180 (média por livro)
Ano: 2004-2010

Pensei em fazer crítica a cada um dos livros mas não vale a pena. Eu já tinha visto o filme e ao contrário do que me quiseram vender: não é nada de especial! Gostei, a ideia é boa, a execução... meh.

A tentativa de ter a vida como sendo um jogo - literalmente - e a passagem dos efeitos em estilo de comic para a grande tela funcionou mal. Ficou exagerado e dá um ar apalhaçado ao filme. 

Agora li os livros mesmo. Primeiro ponto: os livros são menos exagerados que o filme o que só mostra o mote parvo que o filme acaba por ter. Reduzirem os efeitos ficava mais interessante e com menos ar de PUM PAM PIM BANG BANG BONG. Isto pode funcionar bem mas é com conta peso e medida, e nas coisas certas, já agora!

Enfim, livros: o Scott é um tipo preguiçoso e ligeiramente bronco que não sabe muito bem o que fazer da vida. Acaba por se "apaixonar" por uma moça misteriosa que lhe aparece à frente e PAM PAM PAM tem de lutar contra os seus sete ex-namorados maléficos para poder ficar com ela. 

E é isto. Bom dia e até à próxima.

Podia, a sério. A ideia é que isto é exactamente como um jogo, vai ganhando experiência com cada coisa que faz, quando elimina um inimigo ele desfaz-se em moedas, há coisas que brilham e piscam e coisas afins. A ideia em si é muito bem apanhada, é nerd, é divertida e podia ser uma coisa realmente maravilhosa. Embora eu perceba que isto seja um livro essencialmente juvenil acaba por ser um desperdício tão grande de uma ideia que podia ser tão boa. Um jovem inútil que se apaixona e por isso tem de lutar - em modo Harry Potter, ou seja, o seu super poder é ser inútil enquanto as coisas se resolvem por algumas magias - não é o mote para uma história destas. Podia ser tão mais, dá-me real pena!  

No fim isto acaba por ser uma leitura divertida e leve que é boa mas numa perspectiva desportiva. Não passa daí.


segunda-feira, 10 de agosto de 2015

[leituras] O Evangelho Segundo Jesus Cristo

Título: O Evangelho Segundo Jesus Cristo
Autor: José Saramago
Páginas: 445
Ano: 1991

Já não lia uma Saramago há demasiado tempo. Estava a começar a sentir-lhe a falta e já que tenho uns poucos à espera peguei num.

Este andava a chagar-me a cabeça desde que o descobri, queria ler, tinha curiosidade, parecia-me ser um livro muito curioso mas tinha andado de prateleira em prateleira.

Aqui temos um relato da vida de Jesus, filho de Maria e José, desde a sua concepção, até à sua morte, com todas as peripécias que possa haver pelo meio. Numa onda um pouco como no Caim, e à boa velha maneira de Saramago, agarra naquelas histórias aceites neste tópico e dá-lhes uma volta completa, uma perspectiva bem diferente. A desconstrução daquilo que é aceite como regra é sempre uma coisa que Saramago faz especialmente bem e aqui não falha.

A escrita de Saramago é aquilo que já se sabe: primeiro estranha-se, depois entranha-se. Eu nunca tive grandes problemas a ler os mega parágrafos ou a falta de pontos finais, embora haja muita gente que os tenha. Este é dos livros que me conseguia chatear quando queria parar - para dormir, vá-se lá ver a loucura de tal ideia. Não só era um livro interessante que não queria deixar de ler como não ia deixar uma frase a meio, não é? E quando é que acaba uma frase? Na próxima página, ou na outra a seguir. Podia ser uma mini pausa, para responder a uma mensagem, mas tinha de fazer ali mais uma página de leitura para conseguir parar. Um ponto final é coisa rara nestes livros.

É um livro pesadote, principalmente no início nota-se que é espesso de entrar. Depois já estando lá dentro é bem mais fácil, mas aqueles primeiros capítulos custam um pouco. Não é, claramente, uma leitura que se faça numa tarde, e não é um livro que se leia na praia enquanto se come uma bola de berlim e se ouve o mar. Exige um bocadinho mais, mas é bom!

Eu só reforcei o meu gosto por Saramago. Mais uma obra que dá a volta a alguns religiosos mais puros - com Deus, Diabo, Homens, e vontades de todos ao molho isto torna-se rapidamente herético - mas que dá umas ideias interessantes sobre estes assuntos. A par com o Caim são dois livros muito curiosos de ler, principalmente tendo algumas luzes de como são as histórias que nos estão a contar por ali.

Muito bom! Muito, muito bom! Dá-me vontade de pegar noutro Saramago de seguida. Mas vou controlar-me que a lista vai grande.

domingo, 9 de agosto de 2015

Internet Attack (XXV)

Como pessoa ligeiramente herética - de forma levezinha e adorável, sempre - convém estar informada sobre que tipo de castigos posso vir a ter num hipotético "Depois da Morte". Pelo sim e pelo não.

E então apareceu uma lista curiosa sobre este assunto: "The 10 Craziest Punishments in Hell!". 

Entre círculos de Dante e derivados encontram-se coisas fabulosas como:

"The hell of the Mayans was referred to as Xibalba, a court in the underworld ruled by two gods and 10 demons. The whole place was basically designed to hurt while also making you miserable — you had to travel through rivers of blood, pus and scorpions just to get there; the bench you had to sit on when you were judged was secretly burning hot; they even put mannequins among the judges just so you wouldn’t know who was real and you felt like an idiot. After judgment you went to one of six hours, which could be filled with hail and freezling cold, razor blades, or hungry jaguars. And meanwhile, the 10 demons would pair up to torment you while you were doing all this, whether they were making you continually cough up blood or hiding in shadows while waiting to jump out and stab you."


Têm um temperamento difícil, estes tipos! Mas há mais:

"Weirdly, flatterers get a much harsher punishment than blasphemers do in Dante’s inferno. Blasphemers have to hang out in a recreation of Sodom, where the sand is on fire and burning ashes fall from the sky. Not fun, admittedly. But flatterers have to live in a sea of excrement, representative of the shit they spoke in life. This is also one of the hells of Hinduism, except that the river also includes blood and urine. Fun!"

E pronto, era isto! Obrigada e Bom dia, vou ali à missa!

Nah, afinal não!

Mas em compensação: SCIENCE!!!

Toda a gente conhece o caso de Phineas Gage, o tipo mais inteligente do mundo que calca pólvora num tudo com um utensílio de ferro! Palmas pelo brilho, silêncio pela estupidez ... ... ... Avencemos.

Depois de ter um tubo a passar-lhe pela cabeça - surprise, surprise - as alterações foram mais que muitas e sempre serviram de referência ao estudo do cérebro e do seu funcionamento.


Parece que houve melhoras, houve uma evolução significativa e várias explicações que agora já podem ser dadas depois do avanço da tecnologia e do próprio conhecimento que temos do cérebro. Já não é a coisa mais estranha de sempre, já não é o caso fantabulástico que tanta gente ainda vende. 

É das coisas estranhas e que parecem impossíveis de acontecer mas chegámos lá, e este caso é curioso de uma ponta à outra. Eu nem sequer sou destas áreas de investigação mas isto é maravilhoso. A mente humana a ser manipulada por tudo e mais alguma coisa... Ah, Science. Não para de me surpreender, a todos os níveis.

Aqui há tempos descobri que não há forma de dizer uma dada palavra de forma zangada ou agressiva. A palavra é simples: Bubbles! E é verdade, não é possível dizer uma palavra com uma sonoridade tão profundamente palerma sem ser de forma adorável e pacífica.

Mas o certo é que há alguma atracção algo infantil por bolas de sabão, balões e coisas afins. Juntemos o útil ao estranho e tchanan: balões com mensagens insultuosas para quem nos anda a chatear!



Eu cá gostava de receber um balão destes. Ok, pode vir a dizer que sou um desperdício de sangue e órgãos mas epah, era giro!

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

[cinema] Inside Out



Título: Inside Out
Realização: Pete Docter, Ronaldo Del Carmen
Argumento: Pete Docter, Ronaldo Del Carmen, Meg LeFaube, Josh Cooley
Elenco: Amy Poehler, Bill Hader, Lewis Black
Duração: 94 min
Ano: 2015

Trailer

Quando vi o trailer deste filme achei que era uma ideia muito muito boa e com muito potencial para ser um filme maravilhoso. 

A ideia é simples: vamos entrar dentro da cabeça de uma adolescente - a melhor altura para analisar a cabeça de alguém - e acompanhar o que acontece com as suas emoções lá para dentro. Felicidade, Tristeza, Raiva, Repulsa e Medo, cinco pequenas criaturas com uma consola de controlo para gerir o dia a dia da pequena.

Isto podia pender para muitos lados, pendeu para um lado que não estava a contar. Não adorei o filme como estava a contar, achei-o mais adulto do que anunciado e as voltas que acabaram por dar para fazer o filme são um pouco dúbias na mensagem que passam. 

Se não vejamos: a grande maioria das memórias e acções da pequena moça tinham até à data sido geridas pela Felicidade, que de uma maneira ou doutra se acha no direito de ser dona e senhora daquilo. Se no início até achava piada à personagem, rapidamente me fartei dela. Acabava por ter ali uns laivos perdidos da Repulsa ainda que muito bem disfarçados.  

Mas depois há pontos muito mais do que favoráveis: o grande vencedor deste filme é o grande Bing Bong. O amigo imaginário da moça que nos dá os momentos mais divertidos e os mais tristes do filme. É uma personagem essencial que deu muito do sentido que o filme tem. É curioso como uma personagem que nem sequer é o foco daquilo que estamos a ver tem um papel fundamental em tudo. Foi, para mim, o ponto alto do filme e quero que os rumores que se ouvem sejam verdade: Filme do Bing Bong, bora lá pessoas!!!

Infelizmente acabamos por ter um filme muito focado na Felicidade e na Tristeza e os restantes três ficam um pouco na sombra mas valia a pena terem sido mais explorados. O Raiva é genial, adoro as chamas a saírem daquela cabeça e dar para cortar vidro e tudo, a Repulsa é uma dondoca que naturalmente me chatearia mas aqui faz todo o sentido - quem raio é que quer gostar de bróculos? - e o Medo, tão essencial na nossa vida, principalmente em todo o processo de crescimento por que todos passamos.

O filme é bom mas confesso que teve falhas que não me deixam ficar a adorar o filme. Preciava ali de mais um toque.

No fim do filme houve uns minutos de pessoas aleatórias que eram mostradas e que depois fazíamos zoom para as suas cabeças e víamos as suas cinco criaturas dominantes. IDEIA!!! Façam um filme só com isso! Foi tão estupidamente divertido que nem sei. Hora e meia daquilo e morria um pouco com tanta dor na barriga e nas bochechas, a sério.

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

[leituras] The Arrival

Título: The Arrival
Autor: Shaun Tan
Páginas: 128
Ano: 2007

Que livro mais bonito, tão simples e sem uma única palavra! Apareceu-me de forma aleatória como recomendação do Goodreads e pelo ar que me apresentou cheirava-me que ia ser coisa boa. 

Quando peguei nele, logo às primeiras páginas, percebi que era um livro especial. Sem falas, apenas ilustrações, e sem dificuldade nenhuma conta-se uma história.

A história em si é triste, um pai que deixa a família para lhes poder dar um melhor futuro. Uma realidade muito presente para muita gente e que aqui é posta em ares mais etéreos, mais fantasiosos, mas que no fundo conta a mesma história de milhares de pessoas que fazem o esforço de deixar a sua própria casa. 

Uma BD sem falas não é um conceito estranho e muito menos será inovador mas aqui ganhei um outro respeito pelo livro. Torna-se mais introspectivo, torna-se mais focado e incisivo naquilo que quer contar. 

As ilustrações são fenomenais, absolutamente lindíssimas como poucas coisas que tenha visto e o nível de detalhe e de cuidado que casa imagem tem dá uma força especial à história. É o desenho que nos transporta para outra realidade e nos conta, sozinho, o que estamos a ver ali, e se podia estar bem feito aqui está genial. O ar amarelado e antigo transporta-nos quase para uma história contada à lareira, repetida e aperfeiçoada ao longo dos anos pela voz - aqui muda - de um avô que sabe do que fala. 

É realmente um livro fascinante e que aconselho a qualquer pessoa. É estupendo!


segunda-feira, 3 de agosto de 2015

[leituras] Battle Chasers (#1)

Título: Battle Chasers (#1)
Argumento: Joe Madureira
Desenho: Tom McWeeney
Páginas: 74
Ano: 2001

A feira do Livro tem de ter sempre novas BD's para mim. Daquelas estranhas e curiosas que não faço ideia do que sejam mas que podem dar bons frutos. Desta vez trouxe duas, o livro Insólito - nunca um título foi tão adequado - e este Battle Chasers.

Esta encontrei no primeiro dia de feira, acabadinha de acordar do seu sono de 1 ano. Deitei-lhe o olho mas pensei: compro noutro dia. E depois? Nunca mais o vi. Toda a santa visita à feira passava naquela banca à espera de o encontrar. Quando é que o milagre se deu? No penúltimo dia de feira, última vez que lá fui, este ano. Enfim!

Uma capa que não parece uma capa, umas ilustrações que me lembram Pizzaboy e não precisei de mais nada. Queria ver o que as minhas explorações me trariam desta vez.  Pelo menos pelas ilustrações não falhava.

Aí era mais do que certo. Cores muito fortes, grandes contrastes, grande tenção aos pormenores, com um detalhe incrível e sim senhor, uma parte visual de fazer inveja a muito bons livros. 

Mas nem só de imagens é feito o livro e o argumento acabou por me convencer também. A história de uma pobre moça que se vê perseguida tendo na sua posse uma caixa que nem sabia o que continha mas que sabia ter de proteger. Um grande poder existia ali e, como sempre, caindo nas mãos erradas algo de muito perigoso poderia acontecer. 

O livro é só um primeiro volume e como já se sabe é sempre o mesmo martírio: este primeiro livro cativou-me gostei da maneira como estão a pegar nesta história. É interessante, tem personagens que estou curiosa para ver evoluir, tem imagens brutais e por isso: quero mais! 

Não me parece que seja muito fácil encontrar os próximos volumes, nem sei se foram editados, mas tentarei e eventualmente hei-de ler a história completa e perceber se realmente conseguiram manter o interesse da obra ou se depois descamba. Mais daqui a uns tempos logo vejo!


domingo, 2 de agosto de 2015

Internet Attack (XXIV)

Há actores que são especialmente porreiros. Por um motivo ou por outro, seja lá porque fazem filmes engraçados, seja porque são divertidíssimos ou estranhíssimos mas o público tem tendência a achar-lhes piada!

O que é certo é que talvez lhes achem demasiada piada, às vezes!



Reconhecem os olhos? Steve Buscemi! Porquê? Porque sim!



Mas não é só um maluco isolado!



Não faço ideia! O tipo é porreiro mas calma lá! 

Enfim, a maior parte das pessoas já ouviu falar, pelo menos, que o pessoal chinês já anda de máscara no dia a dia por causa da poluição atmosférica que têm naquelas bandas. O que é que se lembraram agora? De meter caras de criança projectadas nos céus - estilo chamamento Batman - para tentar sensibilizar pessoas.



Sou só eu a achar que eles estão a tentar meter os filmes de terror no dia a dia? Eles têm um sério problemas com estas histórias mas não me cheira que vá ser assim que resolvem alguma delas!

É chocante, por aí ganham a cotação completa mas ainda assim...

Eu quero chamar a atenção para isto: Uma tribo que come cérebros pode ser imune à demência!

Awesome! Enfim, estranhezas à parte: está descoberto o problema, comemos todos cérebro e não há mais demência para ninguém! Bora lá, quero ver essas campanhas de incentivo à saúde dinamizadas!