sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

[cinema] The Danish Girl (A Rapariga Dinamarquesa)

IMBD
Trailer

Começo a ver um padrão nos filmes que vejo com o Redmayne: a fotografia é sempre o ponto forte e o argumento o ponto fraco.

Para este filme levava expectativas altas e no geral não posso afirmar completo agrado ou desagrado. Tem muita coisa, e uns puxam para um lado outros para outro, não há forma de haver grande consenso.

A base do filme é bastante interessante, baseado no caso real de Lili Elbe, a mulher considerada a primeira pessoa a fazer a mudança de sexo, e numa tentativa muito ousada. Se tivermos em conta, para além da relevância médica, a altura em que se deu esta transformação (1930), vemos o grande motivo por isto ser mesmo muito especial.

Basicamente Einar Wegener era pintor, com sucesso, casado, mas algo dentro dele não estava bem. Ao pousar com roupas de mulher para ajudar a mulher, também ela pintora, deu finalmente asas àquilo que escondia dentro de si e que não sabia como lidar. A partir deste ponto há uma completa mudança em todo e qualquer rumo que pudesse por na história. Confesso que não fui cuscar a realidade antes para não me defraudar.

A premissa é seguida no filme, com várias adaptações, seja por simplicidade, seja para efeitos dramáticos mas o certo é que cortaram muita coisa, adaptaram muita coisa de uma forma que a meu ver não foi a melhor e no geral contaram um bonita história, emotiva e que transparece um problema real de muita gente neste mundo -  e ao longo dos tempos - mas para mim não retrata completamente a história de Lili, retrata uma ficção inspirada que dá voz a uma situação e não tanto a uma pessoa.

Para mim isso tirou algum do realismo e da autenticidade que podia dar mais força ao filme. É um bom filme, mostra bem a mensagem que quer passar mas ainda assim perde o ponto forte que tinha, de ser uma história genuína de uma pessoa ridiculamente importante para o foco da discussão.

E mais a mais seria normal que fizessem adaptações, não só por ser um filme mas também para amenizar algumas das coisas. Porque a irmos ver bem as várias operações que aconteceram na realidade e que infelizmente ditaram a morte desta pessoa, não foram duas "simples" como postas no filme, mas sim 4, sendo que a última foi a construção do canal vaginal e o implante do útero e foi a rejeição deste segundo que levou à morte.

Agora, isto é em termos de argumento, porque se me perguntarem o que achei dos actores digo que estiveram estupendos. Eddie Redmayne, em especial, tem vindo a mostrar as garras e se já me tinha conquistado em The Theory of Everything aqui marcou ainda mais pontos do que os que já tinha.

Portanto óscares nisto: sim se for para actores ou para fotografia.


quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

[leituras] Por Mundos Divergentes

Título: Por Mundos Divergentes
Autores: Ana C. Nunes, Nuno Almeida, Pedro Martins, Ricardo Dias, Sara Farinha
Páginas: 162
Ano: 2014

Mais uma antologia, este ano tenho umas poucas na lista, e com esta acabo a "colecção" de livros da Editorial Divergência, até agora.

E começo pelo quê? Hum, vamos começar pelas imagens. A capa não é má, embora não seja grande fã, mas foi uma boa melhoria em relação à capa de "Na Sombra das Palavras". Depois o grande problema são as ilustrações internas. As ilustrações são más, mesmo más.. Umas mais, outras menos, algumas até são razoáveis mas não enciaxam no registo do livro e algumas são só... amadora, vá. Não fazem sentido e enfim, são más. Bênçãos tenha a aprendizagem que no caso de "Nos Limites do Infinito" as coisas correram muito melhor na parte visual. E isso é de louvar.

Mas os contos, ok, vamos lá:

Patriarca, Ricardo Dias, para começar temos um conto que segue as pisadas do 1984 criando não o "Grande Irmão" mas o Patriarca que desta vez é a típica tecnologia que se vira contra os humanos. A ideia não é original e o conto torna-se confuso. Não é mau mas não cativa particularmente nem por história, escrita ou personagens.

Em Asas Vermelhas, Nuno Almeida, dá-nos um conto que pode não ser tão distópico quanto isso. Um mundo separado em duas partes, a cidade alta, cheia de luxo e riqueza, e a lixeira, onde outros vivem com os restos do que os ricos não querem. Achei que o desenvolvimento da história fica um bocadinho apressado ou não tão pensado, pelo menos, e que merecia uma roupagem diferente. Ainda assim torna-se uma leitura curiosa. 

Dispensáveis, Ana C. Nunes, este surpreendeu-me. É um texto com uma ideia simples e bastante mais realista do que se pode pensar à partida. As pessoas quando já não são uteis são postas de lado, levadas para um sítio onde estão todos os Dispensáveis, aqueles que a sociedade marca - literalmente - e manda para um sítio longe onde não chateiem. Boa história.

Arrábida8, Pedro G.P. Martins, num ar mais sci-fi, letras e nomes lá pelo meio, meio Admirável Mundo Novo e tal, mas que resulta bem quando nos explicam o porquê. Para mim gostava que a escrita fosse diferente, não fiquei a maior fã, mas não sei se foi por conhecer a zona onde isto se passa ou não, ou fosse pela personagem principal ser uma moça às direitas, acabei por ficar cativada e gostei do que me apresentaram.


Somos Felizes, Sara Farinha, é um bocadinho perturbador. As pessoas são obrigadas a ser felizes e em todo o lado há incentivos à felicidade e que temos de ser felizes e ainda mais e vamos ser ainda mais felizes. É uma pressão gigantesca e isso acaba por passar, e bem, na leitura. Achei que as ideias às vezes baralhavam-se um bocado, o fio da história por vezes perde-se um pouco, é um bocado confuso, mas no geral é um conto curioso que pegando em nós e olhando para um mundo em que nos obrigam a ser felizes como lidamos com um dos sentimentos mais tristes que se consegue ter que é a perda de alguém próximo? Enfim, foi bastante bom de ler.

Gostei desta antologia, tem contos interessantes, alguns dão-me um ar muito claramente amador, o que tive alguma pena, mas nota-se potencial em todos. Não houve um que não gostasse, houve um ou dois que não me ficaram com tão boa ideia mas de uma forma geral é uma antologia consistente, competente e que reúne bons contos. Venham mais!

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

[leituras] Insonho

Título: Insonho
Autores: Valentina Silva Ferreira, Carlos Silva, Vítor Frazão, Francisco J. V. Fernandes, Ana Luiz, Miguel Raimundo, Inês Montenegro, André Pereira
Páginas: 125
Ano: 2015

Esta antologia tem uma bela capa e paira uma aura muito agradável dentro do estilo, seja pela imagem, quer pelo nome, não sei. Sei que a expectativa estava alta e infelizmente o livro não a acompanhou.

O primeiro conto, Ao Meio Dia, Carlos Silve, está bem escrito, começa por parecer uma coisa mas depois descamba para uma história já muito conhecida e "banal". Fiquei com pena porque realmente estava a contar que saísse mais do que depois apanhei.

Depois, Duelo de Lendas, Valentina Silva Ferreira, surpreendeu-me. Não é que seja um grande conto mas entreteve-me e achei-o engraçado. A junção de algumas das personagens que conhecemos foi uma ideia gira e embora pudesse estar embrulhada de uma forma melhor e mais cativante não deixa de ser um conto interessante.

De seguida, Na Escuridão, Vítor Frazão, não me convenceu. Não achei piada à escrita, não fiquei fã da ideia nem da execução do conto. Voltou a ser um conto com uma base pouco original e não houve assim nada que me fizesse ter grande interesse por ele.

A Voz de Lisboa, André Pereira, tem uma escrita pouco especial, e a própria história estava a ser engraçada mas o fim não me convenceu.

A Noite em que o Bicho Papão encontrou Kafka no cimo de um telhado, Francisco J. V. Fernandes, aqui a ideia não é má, mas depois a execução perde o encanto que poderia ter. É daqueles contos que gostava de dar a premissa a outra pessoa e ver o que faziam com ela.

Sant'Iroto, Ana Luiz, começo a gostar de encontrar coisas desta autora. A impressão que me dá é sempre de ser muito genuíno e autêntico e isso não é uma coisa que transpareça com grande facilidade na maior parte dos contos. Foi um conto que gostei de ler e que soube bem de encontrar nesta antologia.

Por sete encruzilhadas, por sete vilas acasteladas, Miguel Raimundo, é engraçado mas diz muita coisa para não dizer muito, ou seja, acaba por dar muitas voltas, faz muita coisa, mas pouco para a evolução da história. É engraçado mas precisava de menos rodeios,

Ao Sexto Dia, Inês Montenegro, não me conseguiu cativar. Maldições atrás de maldições com mortes misteriosas à mistura são um bom ponto de partida mas ficou aquém, por mim por a escrita ser confusa em muitas partes e um pouco "empapada", arrastar o texto sem dizer muita coisa.

Sangue, Suor e... Unhas, João Rogaciano, acaba a antologia e eu que acabei de escrever qualquer coisa com unhas achei curiosa a coincidência. A ideia do conto é bem porreira e podia ter ficado uma coisa muito nojenta e creepy - no melhor dos sentidos - mas, para começar, os diálogos são uma sério problema. Nada realísticos e não deixam entrar na história completamente, e depois a própria maneira de contar a história não deixa aqueles momentos de suspense e não cria aqueles momentos de arrepiar a espinha que para esta história resultavam tão bem. Fiquei com pena confesso.

No fim disto tudo fiquei desiludida, estava a contar com uma coisa e saiu-me outra. Acho que todos os contos tinham potencial mas que muitos não mostraram tudo o que podiam. Fiquei com pena. Mas mais coisas destas é que se quer e é bom ver a quantidade de antologias que andaram a sair nos últimos tempos. Não são todas geniais mas dão para conhecer autores novos, e só por isso já vale muito a pena.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

[series] American Horror Story - Hotel (#5)


Título: American Horror Story - Hotel  (#5)
Ano: 2015

American Horror Story é uma série num formato diferente que me cativou à primeira temporada. Cada temporada é uma história diferente, um cenário diferente, em que temos os mesmos actores, de uma forma geral, mas a fazerem personagens diferentes.

Murder House, Asylum, Coven, Freak Show e agora Hotel. Acompanhei com afinco a partir da segunda e infelizmente acho que em momentos de verdadeiro terror, daquele que dá para gelar ossos, ficaram parados na terceira temporada. Freak Show foi uma temporada interessante, com uma boa premissa mas onde não aproveitaram tudo quanto podiam.

Agora veio Hotel. E a grande mudança foi o pior que fizeram: a Jessica Lange saiu e puseram a Lady Gaga no lugar. Erro, grande erro!

Eu tenho visto críticas a dizer que o melhor da série é ela: não, não é! Ela está a estragar a série.

Esta temporada teve pontos muito fortes, principalmente nalgumas personagens geniais. A Liz é a coisa mais brilhante que se lembraram! O James March está muito bom. A Iris teve uma evolução brutal. A Sally, na sua alta parecença com a Marla - Helena Bonham Carter em Fight Club, está muito boa também.

Mas a série gira à volta de duas coisas: Lady Gaga e sexo. E não funciona! Minimamente.

Não há episódio em que não existam 2 ou 3 cenas de sexo, sem qualquer propósito ou evolução para a história. Aliás, já chegou ao ridículo de haver episódios em que a cada 3 cenas, 2 envolviam sexo. É um abuso absolutamente ridículo, sem sentido e que não encaixa. 

E depois a Gaga. Se a moça estivesse num papel secundário, que aparece de vez em quando, sim senhor, era muito bem. Agora a ser o foco da acção é só má. Ela não sabe representar, a personagem podia ser interessante mas não está bem construída, e nada se safa. É uma personagem construída a martelo e isso nota-se. 

Pior do que isso, para mim, é que se até agora tiveram Jessica Lange no leme, e de forma genial que aquela mulher faz de ela própria a cada papel mas vale a pena, tinham uma substituta perfeita que este temporada ainda só apareceu de fugida num episódio: Lily Rabe. É uma actriz impecável, tem feito papeis, dentro desta mesma série, muito bons e se a pusessem em vez da Gaga tinha sido um melhoramento gigante.

Enfim, é uma boa série mas estão a perder-se. Não sei se é uma tentativa de chamarem mais público, se querem realmente mudar o andamento da série mas para mim estão a ir no caminho completamente errado. As cenas que me deixavam de arrepios na nuca ficaram no Coven. Esta temporada, sinceramente, não consegui gostar. Gosto de passagens, gosto essencialmente de personagens, mas a temporada em si é muito fraca. 

Espero seriamente que a próxima temporada dê uma grande volta. Correm os ditos de que a Gaga fica, tenho pena. Mas ainda mais do que isso, espero que em argumento volte ao ambiente creepy as fuck que me fez achar que esta série era das melhores que andava a ser feita. Neste momento já não posso dizer o mesmo.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

[leituras] Wolverine - Origem II

Título: Wolverine - Origem II
Argumento: Kieron Gillen
Desenho: Adam Kubert
Páginas: 128
Ano: 2014

Por vezes a ignorância é uma benção e aqui beneficiei dessa máxima. Quando fui para ler este livro a base que tinha é que se tornava muito previsível, a chegar a níveis estrondosos. Ora, para quem não sabe todos os pormenores e não se lembra de onde conhece o quê isso acaba por passar um bocadinho ao lado. E ainda bem, porque o livro assim tem muito mais estilo.

Primeiro: a arte é brutal. Eu de vez em quando encontro livros que me deixam completamente rendida só pelas imagens - ou algumas - e este foi um deles. A parte inicial em que temos cenas com um urso polar ensanguentado são lindíssimas, daquelas imagens que vale a pena guardar e por numa capa qualquer. A arte foi mesmo das coisas que mais me chamou no livro e se me parece que o nome de Adam Kubert não me diz muito, sinto que devia tratar disso.

A história, eu achei interessante, não me era nova, não achei original mas gostei da maneira como está contada. Agora tenho de dar a mão à palmatória e assumir que também eu notei a previsibilidade que me avisaram, e isso acaba por não jogar lá muito bem. Mais do que isso, algumas das cenas pareceram-me muito forçadas e pouco coerentes.

De qualquer das formas eu até que gostei do livro. Se calhar um fã acérrimo do Wolverine, ou alguém mais informado, atento e lembrado das coisas não lhe consiga achar piada nenhuma, mas por mim vale a pena, mais que não seja depois de ler o Monte dos Vendavais que é o Origem...

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

[leituras] Diário da minha Loucura

Título: Diário da Minha Loucura
Autor: Isabel Pereira Rosa
Páginas: 154
Ano: 2014

Eu assim pela capa e pelo título não pegaria neste livro. Tem ar de Sparks ou Margarida Rebelo Pinto. Não vinha no meu carrinho para casa, não senhor.

Mas só me chegou às mãos por uma amiga o ter lido e me ter dada umas luzes do que tratava. Pedi-lho para ver o que por lá encontrava.

Diário da Minha Loucura não podia ser mais directo: o livro é a transcrição do Diário da Bisavó da autora, que muitos intitulavam de louca.

Agora era louca porquê? Primeiro: porque tinha verdadeiros comportamentos complicados, por vezes até para os filhos - como dar banho às filhas de água completamente gelada, para enrijarem - mas noutros casos porque era uma mulher fora do tempo.

Não aceitava que os homens fossem mais do que as mulheres. Defendia que nenhuma mulher se devia sujeitar a um homem ou que não pudesse fazer alguma coisa sem ter a autorização do marido. Entenda-se que o espaço temporal deste diário é entre 1890 a 1910, mais ou menos. Uma mulher com estes pensamentos? Só podia ser louca.

E depois a parte que toca mais e que põe um grande peso no livro é que esta mulher teve 19 filhos, mas só sobreviveram 6. Entre jovens, crianças e alguns ainda por nascer, esta mulher perdeu mais filhos do que os que pode ter a seu lado. Como ela própria diz mais do que uma vez "Perder um filho é perder uma parte de mim. Como é que não eu de ser louca se já sou tão pouco?" (já não sei se as palavras são exactamente estas mas a ideia era esta). Melhor que isso, é que enquanto estava grávida não tinha os seus ataques, andava "normal". Tanto que ela não se lembrava dos ataques, ela escreve no Diário que teve meses que não se lembrava de nada, tempos em que se fechava no quarto, sem comer nem falar com ninguém, ou fugia para o cemitério, para o berço de ferro onde estavam os seus filhos, e adormecia, dentro de uma cova aberta que lá estava.

A acreditar que o Diário é total ou parcialmente verídico esta foi essencialmente uma mulher que sofreu muito, sofreu mais do que alguém devia sofrer. Não era estranho perder muitos filhos na altura que falamos mas nem isso minimiza o impacto que uma mulher deve sentir, e por conseguinte, toda a sua casa, marido e restantes filhos.

O livro lê-se bem, mas há alturas em que se torna um pouco forte, que tem relatos de uma das filhas mais novas que na sua inocência não conseguia perceber a mãe, ou ver as voltas que os filhos deram para não deixarem a mãe desamparada. Enfim, vidas muito complicadas mas que ainda ficaram registadas para a posteridade, para lembrar todos do que já foi a realidade de muito boa gente.

domingo, 17 de janeiro de 2016

[leituras] Batman - Presa

Título: Batman - Presa
Argumento: Doug Moench
Desenho: Paul Gulacy
Páginas: 136
Ano: 1990

Esta colecção de Batman torna-se engraçada por vários motivos, e acho que para mim o melhor ainda é conseguir perceber por onde é que as cabeças das pessoas que pensam em escrever uma história acabam por ir tendo tanto por onde pegar.

Neste caso gostei da capa, não fazia ideia nenhuma do que contar para a história mas assim à cabeça tinha boas expectativas. E o livro tornou-se melhor do que estava a contar.

Senti que estava a ver uma série policial, em que as coisas se vão desenrolando, estamos a ver a polícia chegar cada vez mais perto, passo ante passo, e depois quando se vai dar o click acontece qualquer coisa em grande.

Aqui é isso que acontece: Hugo Strange é um tipo estranho, creepy como o raio, que está obcecado com o Batman. Investigação por mais do que um sítio possível - com momentos mais ou menos credíveis podia ser discutido - e quase como num jogo de quem é quem, as cartas em cima da mesa estão a ficar cada vez em menos número e estamos a ver uma a ter grande destaque no meio das outras.

O jogo de gato e rato neste livro torna-se curioso, e a maneira como o Dr. Strange consegue entrar dentro da cabeça do Batman é um bónus. Acho que este vilão, que é e não é ao mesmo tempo, foi uma das boas surpresas, já que é um tipo que nos aparece só coo desagradável e depois mostram-nos o lado mais aberrante dele, com tudo o que isso traz à mistura, desde o fatinho de Batman até manter a moça presa em bikini, qual Jabba.

Acabei por gostar do livro, é interessante e é uma boa bd. Vale a pena espreitar, sem dúvida.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

[series] Blood C



Eu às vezes encontro coisas nos meus feeds que me despertam a curiosidade. Às vezes nem é por alguma coisa muito interessante mas fico curiosa.

Agora, se alguém ainda duvidava de que gosto de coisas esquisitas eu passo a explicar como é que procurei o que era esta série: basicamente por ver uma imagem.


Fiquei curiosa com o que raio seria isto. Vi que era uma anime com uma temporada apenas, pequenita, valia a pena experimentar. E valeu. Isto foi bem giro!

Basicamente temos uma tipa muito adorável que faz a sua vida fofinha onde sai de casa todas as manhãs a cantar sobre como o dia é bonito, que come o pequeno almoço no café onde tudo é bom e onde o café parece mágico, vai para a escola e invariavelmente atrasa-se porque fica retida a brincar com um cão, ou a ajudar uma velhinha, ou porque vê qualquer coisa especialmente bonita e fica a observar melhor. Uma moça inocente e adorável.

E depois durante a noite mata bichos com poderes sobrenaturais, seguindo o legado deixado pela mãe, à base de Katana. Divertido, certo?

Claro que isto é anime e tem as vantagens, ou desvantagens, de qualquer anime: é exagerada como tudo, é um óptimo, catálogo de cuecas, as moças têm todas pares gigantes e bamboleantes, e depois há monstros a tentarem matar-nos. Porque tem de haver. Anime sem bichos a quererem matar os humanos, seja por diversão, seja para alimento, não é anime! (Sim, claro que existem, mas entendei o que digo!)

Na realidade o fim foi previsível e confuso ao mesmo tempo. Fiquei com algumas dúvidas lá pelo meio, mas ainda assim dou uma nota positiva a esta série. Tem matança e sangue a rodos - principalmente no fim... - e a história até que é interessante. Tem falhas, tem algumas coisas previsíveis e que não deviam acontecer mas entrem no espírito da coisa e até se torna bem giro. Eu cá gostei.

Agora de animes vou andar mais sossegadita que tenho duas séries a ver há já uns anos. Só depois é que vejo mais coisas de animes, porque se não nunca mais!

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

[leituras] Batman - Gótico

Título: Batman - Gótico
Argumento: Grant Morrison
Desenho: Klaus Janson
Páginas: 136
Ano: 1990

Ora bem, este livro assim de chapa não me chamava muito a atenção. Quando vi o nome Grant Morrison associado fiquei com esperanças já que é um dos autores que me tem surpreendido positivamente em várias situações mas depois pegando no livro não é um livro que me fique na memória.

O cenário gótico encaixa bem no Batman, o jogo herói-vilão está bastante bem apanhado - e para mim acabou por ser o que mais gostei, mas retira-se pouco daqui. Umas ilustrações interessantes, sem dúvida, mais um bocadinho de história passada do Batman a vir ao de cima, o que me soou um bocadinho forçado e pouco plausível de haver ali aquela coincidência toda, mas de uma forma geral não é um livro super interessante e que tenha uma grande força por si só.

Sou sempre fã de jogos psicológicos e aqui brincam bem com isso mas pouco mais. Não foi um livro que me cativasse especialmente. É uma boa leitura, vale a pena e é interessante mas nada mais que isso.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

[leituras] Tolkien - An Ilustrated Atlas

Título: Tolkien - An Ilustrated Atlas
Autor: David Day
Páginas: 256
Ano: 2015 

Eu que sou viciada em livros aprecio bastante quando alguém me dá livros. Ainda aprecio mais quando é um livro realmente brutal que eu quero ler. E pior ainda se for uma edição interessante.

Pois bem, ofereceram-me este livro e este consegue reunir isso tudo. É um livro interessante, é um livro lindíssimo e é um livro que eventualmente teria de ter. Em cheio!

Pois bem, primeiro: a capa (deixei em grande porque vale a pena... ah!). Verde, letras douradas e um dragão em relevo, frente e verso do livro. Segundo: o conteúdo. Eles avisam, e bem, que este livro não vai ensinar a história a ninguém. Pode sim, funcionar de duas formas: ou as pessoas já conhecem este mundo e serve como complemento, ou não conhecem e desperta o interesse para irem ler. Mas a maneira como acabam por por as coisas é muito simples, directa, e conta-nos uma história onde se nota, nos permeios das palavras, que há muitas e muitas outras histórias por baixo. Terceiro: as ilustrações. Há páginas em que o texto se resume a um parágrafo, não são textos exaustivos, e a letra não é muito miudinha, e depois temos uma ilustração. Um minutinho para o texto e cinco minutos para ver e absorver toda aquela cor, aqueles traços finos que nos dão entrada directa para as terras que nos estão a apresentar.

É realmente um livro lindíssimo, super interessante. Eu que ainda não li o Silmarillion -  e vai ser este ano, agora não pode escapar - aprendi umas coisas, e fiquei com os meus mapas do mundo de Tolkien muito mais definidos e interessantes. Dá vontade de ir já ler os livros outra vez. Mas para isso ainda vou esperar mais um pouco, há muita coisa na lista deste ano que só na primeira semana já duplicou o tamanha - como é que eu faço estas coisas? Também gostava imenso de saber, mas enfim!

Resumindo: este senhor, David Day, é para ter debaixo de olho. O Bestiário e o Dicionário também já estão ao meu alcance por isso é só pegar neles. Bênçãos!

domingo, 10 de janeiro de 2016

[leituras] Hippo eats Dwarf

Título: Hippo eats Dwarf
Autor: Alex Boese
Páginas: 277
Ano: 2006

Depois de Elephants on Acid me ter conquistado achei que valia a pena ler o segundo do mesmo senhor, com um título igualmente estranho: Hippo Eats Dwarf.

Se no primeiro víamos o efeito da curiosidade na mente humana retratada em experiências estranhas, aqui temos mitos, esquemas maléficos, mentiras chapadas, fraudes, enfim, coisas que não são bem o que parecem.

O livro vem dividido em vários capítulos, cada um com um tema. Vão desde os e-mails que temos de reencaminhar para recebermos dinheiro do Bill Gates, até à publicidade ou ao poster da Pequena Sereia com um palácio fálico.

É um livro que é muito divertido de ler, Alex Boese não só tem histórias engraçadas e situações bizarras para contar, também introduz um humor muito próprio que ainda torna o livro mais engraçado.

Para além disso mostra bem a quantidade de aldrabões que anda por aí, sejam de profissão ou só por entretém, mas o que é certo é que andam em todo o lado, a enganar o pessoal com todas a forças que têm. E muitos fazem a coisa bem feita. Nunca confiar em nada. Nunca!

No meio disto tudo o pior é que se formos a ver bem a realidade é sempre pior do que a ficção, e neste caso, até consegue ser pior do que nós próprios pensaríamos ser o pior. No fim de cada capítulo há "Reality Check" com perguntas de verdadeiro ou falso sobre coisas serem verdadeiras e falsas. Infelizmente houve umas poucas que eu pensei "Por favor que isto seja mentira."... e não era...


sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

[series] Sherlock - The Abominable Bride


Eu acompanho demasiadas séries daquelas que deixam as pessoas viciadas. Quase todas, para falar verdade. Sherlock não podia faltar. Primeiro porque já eu gosto de Sherlock pelas mãos de Conan Doyle, depois porque esta adaptação com Benedict Cumberbatch e Martin Freeman é qualquer coisa.

Gatiss e Moffat fizeram-nos o favor de nos dar um docinho, antes de esperarmos mais um ano pela nova temporada de Sherlock. Porquê? Porque nós deixamos, e andamos aqui que nem malucos à espera de mais!

Intervalos de dois anos entre temporadas! Que depois só têm 3 episódios cada uma! É indecente. Mas mesmo assim nós cá andamos. E vale a pena, porque caramba, isto é muito bom!

Já tinha sido anunciado há uns tempos que este seria um episódio diferente, passado na época vitoriana, e seja lá qual for o motivo que lhe queiram dar, ter mais um episódio de Sherlock chama-me sempre a atenção.

Engraçado é ver que o episódio parece uma coisa, dá pistas sobre ser outra e depois acaba por ser honesto o suficiente para nos contar tudo, sem nos contar nada, o que dá uma gincana de situações estranhas em modo Sherlock.

Personagens vestidas a rigor - o Watson com bigode sem alguém a chatear o pobre homem - as mesmas caras já tão conhecidas mas com alguns retoques diferentes, digamos. Mais que não seja, ver um Mycroft em modo balofo a apostar com a própria vida é no mínimo inovador.

Mas base disto tudo é: eu já sei que os episódios de Sherlock não falham muito: o argumento é muito bom (também diga-se que têm mais do que tempo para ter isso tudo bem preparado) e a representação também nunca fica aquém com o elenco que reuniram na série.

O episódio é extremamente divertido, com momentos bastante dramáticos, loucuras de Sherlock, hábitos de Watson, espantos de Mrs. Hudson, surpresas de Mary e brilhantismos de Mycroft. Vejamos por onde quer que seja o episódio é muito bom, é mais um grande trabalho de uma grande equipa que realmente consegue manter séries num bom nível, com humor inteligente, com boa representação, com adaptações bem feitas e sem necessidade de estupidificantes. Havia tanta série a precisar de aprender qualquer coisinha...

Mas enfim, agora espera-se mais um ano. Já não há de demorar muito... São só 12 meses... É pouco... Não é?


quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

[cinema] DragonHeart - Coração de Dragão


Dia 1 de Janeiro de manhã. Tempo antes de almoço sem fazer nada, um sofá, um encosto quentinho, vamos ver um filme. Procurando nas possibilidades existentes aparece um que desperta o interesse do meu encosto: Dragon Heart. Não, nunca vi, vamos lá ver o que é isso.

O filme acaba por ser bem interessante, aliás, a premissa é ainda mais do que isso: um dragão dá metade do seu coração para salvar alguém! Eu quero metade do coração de um dragão!!!

Mas enfim, claro que o vai dar a um puto mimado que mais merecia um valente par de estalos na cara que ainda nem tem a ver se cresce e ganha juízo. Mas pelos vistos no meio das características todas dos dragões, prever o futuro e/ou ver que aquilo era uma má ideia não está presente.

E é assim que um Rei com tendências de criar irritação à lá Joffrey desperdiça um poder muito maior do que alguma vez poderia imaginar.

O mentor desse mesmo rei, que andava a tentar por tudo que não se tornasse igual ao pai (que já de si era uma besta) vendo o pós operatório no moço e vendo que é uma cavalgadura põe culpas no dragão, em vez da má rez que era o raio do catraio (vá-se lá perceber porquê, mas enfim). E é assim que se inicia a demanda de um Caçador de Dragões, cujo objectivo é matá-los a todos. (Como é que alguém poderia querer fazer tal coisa? Ânsias...)

Até que só falta um dragão, mas é um dragão com uma lábia terrível, e um bom bocado mais inteligente do que os outros.

Já se vê o desenvolvimento do resto do filme. Não é propriamente uma história que tenha grandes twists, mas é uma história que vale pelo humor, pela maravilha de dragão que tem para nós - Sean Connery, you're the Man! - e pronto, embora a história seja sempre mais do mesmo não quer dizer que seja má. É é repetida, mas pronto.

É um bom filme, foi o primeiro filme do ano e valeu a pena! Não é genial mas é bem engraçado e passa-se um bom bocadinho!

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

[leituras] Nos Limites do Infinito

Título: Nos Limites do Infinito
Autores: Ana Cristina Luiz, Ângelo Teodoro, João Rogaciano, Ricardo Dias, Rui Bastos, Yves Robert
Páginas: 56
Ano: 2015

O ano passado o primeiro livro do ano foi o 1984. Lembrou-me bem porque aproveitei a entrada em 2015 para pegar num dos livros que mais curiosidade tinha e que tinha tanto potencial para ser dos melhores livros que já tinha lido.

Este ano o critério foi diferente. Dia 19 de Dezembro fui ao lançamento do primeiro livro com um conto do meu namorado. É um livro pequenino mas com contos que tinham bastante potencial e que me mantinham na curiosidade. Que melhor maneira para começar o novo ano do que com um livro de alguém próximo?

E então lá li isto, e o livro tem contos interessantes, cada um com pontos fortes e fracos, e claro com alguns a conquistarem-me mais do que outros.

Primeiro as senhoras e Ana Cristina Luiz tinha-me deixado muito curiosa durante as apresentações. O conto Sorte ao Jogo é interessante, gostei imenso do ambiente criado, das descrições da taberna, da maneira como consegui visualizar realmente o espaço com todos aqueles retoques característicos. A história em si não é muito original, como já tinha noção pelo que foi sendo dito, mas ainda assim consegue ser engraçada. Achei que a escrita ainda tem algum caminho a ser percorrido, que podia ser mais cativante. De qualquer das formas, gostei do conto e como ponto forte destacaria mesmo a autenticidade do ambiente.

Depois Ângelo Teodoro, com a Pele de Penélope. Tinha ficado interessada com a justificação do título nas apresentações: seguindo o título da antologia e pensando no ser humano como alo infinito, a sua pele seria o seu limite! Esta ideia ficou-me na cabeça e realmente é bem apanhada. Acabei por ficar com pena que o conto não tenha nada a ver com isso. O conto em si até que é interessante, diferente e com uma ideia curiosa, não fiquei foi muito fã da escrita: bem trabalhada, bem pensada, mas com algumas comparações "literárias" que não encaixam no seguimento do que é contado e que não fazem falta à história. De qualquer das formas também gostei.

De seguido João Rogaciano, com Memórias de Teddy, e este foi dos contos que mais curiosidade tinha. Uma história sobre um verdadeiro Teddy, com pedigree e certificado, impecável. A história à lá Chuck, ou mais Anabelle até, é bem engraçada, é o tipo de história que gosto de ler. Talvez gostasse que a revelação bombástica fosse um bocadinho menos previsível, mas esta maneira de ir contando aos poucos e deixar na expectativa o ser ou não ser também funciona muito bem.

Ricardo Dias não esteve nas apresentações e portanto o conto dele era o que tinha menos de informação, ia completamente às cegas. E bolas, eu gostava de ter escrito isto! Um fantasma que aproveita a eternidade para ler finalmente a sua biblioteca? My kind of ghost! Gostei bastante da história, gostei da maneira como é contada embora me interessasse muito mais ler sobre aquele fim do que sobre o corpo da história...

Yves Robert traz-nos Entre Estações, um conto interessante, que me surpreendeu pela positiva e que me foi surpreendendo ao longo da leitura. Aqui, um bocadinho ao contrário do primeiro conto do livro, acho que faltou um bocadinho de autenticidade nas descrições. Consegui ver tudo o que deveria, espero eu, mas soava um bocadinho forçado. E este é um conto muito visual, por isso acaba por influenciar. De qualquer das formas é um conto muito interessante e gostei imenso do que foi feito com a ideia.

Rui Bastos é um autor que não suporto. É irritante, arrogante, não escreve nada de jeito e tem a mania.

Primeiro: é meu namorado e a minha opinião pode ser um bocadinho parcial. Segundo: mesmo sendo meu namorado já estou muito habituada a ler as coisas dele e a criticá-las, para o bem e para o mal. Terceiro: toda aquela descrição acima é mentira mas mais valia ser verdade para ele não se encher muito de vaidade, vá. O certo é que o conto dele já eu conhecia bem. Eu vi isto sem estar escrito, quando me foi contada a ideia. Vi o primeiro esboço disto, e vi umas poucas versões até chegar a esta. Acabei por ver uma evolução neste conto como poucos terão visto. E o que é fantástico é que desde que ele me contou a ideia base, de ter uma colina que piscava um olho, eu fiquei curiosa. A maneira como ele dizia aquilo tinha por ali mais qualquer coisa a maquinar. O certo é que estava longe de pensar que ficaria assim, longe de pensar que acabaria com uma muito mais que aranha a contar esta história. O conto ficou bom, a escrita não fica atrás - como é hábito, a história ficou original e cativante, e eu gosto imenso do resultado final.

Este é um passo para se afirmar como Esperança, não o seu eu feminino - que eu saiba - mas como um jovem autor que está a fazer o caminho certo para ser mais do que "mais um".

Não quero com isto minimizar qualquer dos outros contos, até porque como já disse alguns deles vão ficar certamente na minha memória e procurarei mais coisas dos autores, mas pronto, este moço tinha de ter um bocadinho de destaque, mas só desta vez.

Parabéns à Editorial Divergência, este livro é interessante, foi uma boa aposta nos autores, como tem sido, a edição é bastante bonita e espero pelas próximas edições que de certeza terão tanto trabalho e empenho como este que acabei de ler, seja pelo(s) autor(es), seja pela equipa de edição.

domingo, 3 de janeiro de 2016

[leituras] On Writing

Título: On Writing
Autor: Stephen King
Páginas: 297
Ano: 1999

Acho que isto me apareceu como recomendação do Goodreads e não fazia ideia que este livro seria o que depois descobri dele. Um livro sobre escrita pelo King, epah, porque não?

Mas agora de livro pegado vejo que é bem mais do que isso, e embora à cabeça me seja dito que não é uma biografia aprendi mais nesta não-biografia do que em muitas biografias.

E mais do que isso: este livro conquistou-me porque não parece um livro, não estou a ler um autor a escrever, estou a ler um homem, uma pessoa. Não tem aquele ar de entendido na coisa, não te aqueles maneirismos de autor, nada. É um tipo que fala sobre a sua vida, a influência que a escrita teve nela, e a evolução da própria escrita com a vida.

Se eu já gostava de King agora fiquei bem mais interessada. Seja pela autenticidade do livro, seja pela simplicidade, seja pela maneira curiosa como as histórias foram aparecendo na vida dele. Ver o processo de criação de um livro/história é sempre uma coisa que me fascina, e olhar para o Carrie, para o Misery e ver para além do que já li e sei deles é realmente magnífico.

Mais a mais este livro estava a ser escrito e foi interrompido porque o King ia morrendo com um acidente em que um camião o atropelou e deixou num estado lastimável. Também isto é contado ao pormenor na parte final do livro.

Pode-se apontar muitos defeitos ao King, sim, mas não consigo deixar de gostar das histórias dele, da própria fluidez da escrita dele e da envolvência que ele consegue dar à história que me cativa quase invariavelmente,

Portanto: sinto que eu, com os meus rabiscos que às vezes me fazem dizer que até escrevo, aprendi com este livro. Deu-me coisas para pensar, mexeu com os meus circuitos internos e fez-me aperceber de coisas que nunca tinha pensado. É um livro que funciona bem para quem quer conhecer melhor o homem e o autor que Stephen King é, e também para quem quer ver umas coisas de escrita. Não é um livro normal de "instrução sobre escrita", longe disso. Mas para quem juntar os dois critérios, como é o meu caso, é um livro realmente bom.

Escusado será dizer que vou ler mais King este ano. Ainda por cima recebi ainda há dias o Under the Dome. Esse, o The Stand e The Tommyknockers vão este ano,


sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

[series] Danganronpa


Uma amiga minha disse para ver isto e eu vi que era pequenita e aproveitei para ver agora, sempre que me dava a preguiça para algo mais produtivo - acabou rápido portanto!

Eu não fazia ideia do que me esperava, não sabia a história, não sabia nada. Fui às cegas. E valeu a pena!

Esta anime basicamente é sobre uma espécie de escola, que está a ser comandada por um urso meio fofinho meio maléfico, onde se juntaram 15 alunos. O twist da coisa é que eles não poderão sair dali. A única maneira de o fazerem, e assim não passarem lá o resto da vida (entenda-se que isso era uma possibilidade embora não o objectivo) era matarem-se uns aos outros.

Basicamente, o objectivo é irem-se matando. De cada vez que um corpo fosse encontrado seria feito um julgamento e teriam de descobrir qual deles foi o assassino. Se o grupo acertasse, o assassino morria; se o grupo errasse, todo o grupo morria menos o assassino!

Divertido, não? Isto acaba por ter muitas voltas a cada episódio, muitas histórias não contadas que vão aparecendo aos poucos e isso mantém a coisa acesa. E depois há o sacana do Monobear que é o director daquilo tudo, digamos, que não é mais do que um urso meio robótico que rebenta quando alguém o tenta atacar e que é um grande apologista de sangue e mortes e tal. É uma jóia de moço, este.

Não estava a contar que fosse tão engraçado. As personagens são muito diferentes mas há umas poucas interessantes que acabam por dar imensa pica para ver o que vai acontecer a seguir.

Não é uma série genial mas é bem engraçada, uma surpresa bem positiva. Ainda por cima é pequenita, nem ocupa grande tempo! E mais que não seja o sacana do urso é um creepo de todo o tamanho! E depois há uma espécie de coelho gordo cor de rosa que só apareceu no fim a dizer que nos queria conhecer... Eu nem sei. É suposto haver novidades em 2016. Esperemos.