sexta-feira, 30 de outubro de 2015

[series] Death Parade



Título: Death Parade

Mais uma vez por vir com boas recomendações e essencialmente por ser pequenina, meti-me a ver esta série. 12 episódios é pouco, embora sejam estupidamente viciantes.

Mas bem, a ideia é que quando morremos vamos parar a um sítio, que neste caso é um bar (Quindecim), com outra pessoa que morreu ao mesmo tempo que nós, onde temos de jogar um jogo e a partir daí um árbitro decide qual das duas pessoas é a que vai ser enviada para reencarnar e qual a que vai ser atirada para o esquecimento eterno.

Ao chegar a esse bar vão sem lembranças nenhumas, muitas das vezes nem o nome sabem, e ao longo do jogo vão começando a lembrar-se de pedaços da sua vida, e no fim do jogo mais ou menos, sabem que já estão mortos. 

As brincadeiras que são feitas com a mente humana estão muito bem conseguidas: desde forçar situações de stress para ver qual a reacção dos jogadores, até incluir no próprio jogo pedaços relacionados com eles que lhes estimulam as memórias ao mesmo tempo que dão outra percepção a alguns comportamentos que tiveram em vida.

E depois claro, a série faz-se das diferenças das pessoas que lá vão das reacções que têm ao que lhes está a acontecer. O primeiro episódio temos um casal que morreu na lua de mel. No segundo desconstrói-se tudo o que se viu no primeiro. Depois entre casos de amor póstumo, velhinhas simpáticas, miudos suicidas, mães desesperadas, enfim, um bocadinho de tudo. 

Às vezes pessoas fracas que ali se revelam mais do que em vida, outros o contrário. A verdadeira natureza das pessoas a tentar ser avaliada. Mas será que é?

Temos Decim, o árbitro do bar, acompanhado de Chiyuki, uma humana que anda por ali a aprender, desde o início, e que ainda demora até se saber algo mais concreto sobre ela. Há Nona, uma sósia completa da Elsa do Frozen, que gere o Quindecim; há o Ginti que é muito mal disposto e tem o ponto de "Um árbitro não tem emoções" levado ao máximo há o Clavis, que é o rapaz do elevador mas que é super simpático e adorável; há a Quin, uma antiga árbitra muito bebedolas, e acho que assim de personagens mais importantes estão aqui todas!

Mas estes jogos, literais e mais profundos, são muito bem apanhados, e dão debates psicológicos interessantes e relevantes.

É uma série que acaba por ser muito emocional num contexto que tenta exactamente ser isento de emoção e também esse contraste lhe dá uma força incrível. Mesmo sendo fofinho não é - de todo - lamechas! É um misto tal que nem sei...

Fiquei com real pena de não ter mais episódios, porque isto sim é uma série que vale a pena ver, vale a pena pensar sobre ela e não é só entretém mata tempo.

Venham mais animes destas porque assim, sim!





quarta-feira, 28 de outubro de 2015

[leituras] um rio chamado tempo, uma casa chamada terra

Título: um rio chamado tempo, uma casa chamada terra
Autor: Mia Couto
Páginas: 256
Ano: 2002

Há já algum tempo que me buzinavam os ouvidos algumas palavras para quão boa era a escrita deste senhor.

Li há uns tempos A Varanda do Frangipani e embora tenha sido um livro engraçado não me fascinou por aí além.

Para tirar teimas quis ler este um rio chamado tempo, uma casa chamada terra primeiro porque tem um título fabuloso e porque era o que me diziam que os tinha convencido.

Pois bem, o livro tem um conceito engraçado de nos mostrar as brincadeiras de vida e morte. Apresentam-nos logo a premissa inicial: o Avô Mariano morreu, e é esse evento que traz de volta à aldeia Natal o seu neto, também Mariano de nome, que vive na cidade.

E é pelos olhos desta pessoa, este neto Mariano, que vamos conhecendo toda a gente e todos os segredos que um morto consegue desenterrar (get it?). Se bem que é um morto numa sala sem tecto que deixa bilhetes e desperta uma libido louca nas mulheres da sua vida.

É uma perspectiva muito diferente do que estamos habituados a encontrar, da vida, da morte, das relações familiares, das relações entre as pessoas de uma forma geral. É mesmo interessante analisar o livro não apenas pela história e escrita mas pelos modos de vida que nos são descritos.

Uma coisa que gostei bastante de encontrar em quase todas as passagens foi a carga simbólica que quase tudo tem. Isto é comum na cultura Moçambicana e é engraçado como está tão presente e tão natural na escrita. O que quero dizer é que são coisas que por vezes podiam fazer-se notar de forma assoberbada por ser tão diferente do que conhecemos, mas a maneira como nos é exposto, de forma clara e com o sentido por trás de cada coisa, torna tudo muito mais fácil, interessante e rico.

Agora, não sei se isto é um próximo Nobel como me queriam vender. É uma escrita muito boa, um contador de histórias brilhantes, e um autor que transmite algo para além do que estamos a ler, uma sensação muito pura de percebermos as raízes das coisas.

Gostei deste livro, gostei especialmente de todas as voltas que me deu ao cérebro e que me fez pensar no que me estavam a dizer e nas situações que apareciam.

Eu gostei bastante, atenção, mas já li livros bem melhores, escritas mais interessantes, e autores que mereciam mais uma boa ovação. Este até tem tido reconhecimento pelo bom trabalho que tem, ao menos isso! Não esperaram que morresse...

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

[leituras] The Angel's Kiss: A Melody Malone Mystery

Título: The Angel's Kiss: A Melody Malone Mystery
Autor: Justin Richards
Páginas: 80
Ano: 2012

Whovian assumida, e apaixonada pela personagem da River Song ainda com mais fé. Assim que descobri que este livro existia não pensei muito até ter de o ler.

Verdade seja dita que só o li agora porque numa enrascada sem nada para ler era o que dava mais jeito, pequeno e tal. 

Por um lado para quem conhece a série e a acompanha os traços típicos da D. Melody Pond estão por lá, mas fiquei tão desapontada quando percebi que não era mesmo o livro da Melody Malone que vemos na série!

A história tem um tipo que vai pedir ajuda porque alguém o está a tentar matar, mas no dia a seguir já não a reconhece de todo. Há ali qualquer coisa mas já que Melody é uma detective de excelência ela vai resolver o mistério sem suar muito.

É engraçado, principalmente por pensar na personagem e ligá-la às falas e comportamentos que tem no livro, mas tirando isso não é a coisa mais fascinante de sempre. A mim parece-me que o livro da série não existe na vida real e ficarei triste até que alguém o escreva mas ainda vou tendo esperança, mais que não seja por isso ser um golpe brilhante que os fãs agradeciam.

De qualquer das formas ainda tenho de investigar melhor, porque se descubro que isso existe a minha lista de livros a ler muda rapidamente!

domingo, 25 de outubro de 2015

Internet Attack (XXXVI)

O conhecimento científico aparece de várias formas e com várias motivações. Por vezes temos curiosidade nalguma coisa e podemos ir ao google fazer a nossa pergunta e com muita probabilidade já alguém se lembrou de ver o que quer que seja que nos tenhamos lembrado.

É assim que eu sei que sou estranha com provas concretas: tenho muitas situações em que as minhas questões não estou expostas no google, o que quererá dizer muita coisa...

MAS, quem é que nunca se perguntou qual o efeito de receber álcool, por via anal, durante o sono?

Confesso que não é uma questão que me assombre com muita força, até porque a resposta me era demasiado simples e óbvia, mas não posso deixar de reparar que isto era mesmo uma questão. Com tantas questões metafísicas no universo e vamos pensar em álcool anal, enfim. Mas isto é uma cena, e foi mesmo analisado.

Para os curiosos - you know who you are - o efeito é exactamente o mesmo de quando bebido pela outra ponta do tubo. Por isso cada um sabe de si, seja por uma ponta ou por outra.

Continuando no mesmo trato mas numa perspectiva diferente:


Quando vi a imagem que anunciava este vídeo não percebi imediatamente o que estava a ver ou o tipo de informação que me estavam a dar. Vendo o vídeo ficamos muito esclarecidos, e aquilo que poderia ser uma coisa "engraçada" é uma realidade complicada que para nós está longe.

Milhares e milhares de pessoas a viver numa região onde apenas há 4 casas de banho públicas. 4! A solução que encontram é irem ao mar, habitantes e trabalhadores de passagem, toda a gente. É a melhor maneira que têm de fazer as suas necessidades. Ir ao mar.

E queixamo-nos nós quando a sanita no inverno está fria...

Para acabar de maneira menos intestinal vejamos isto:


Literalmente: "Guy with cornrows eats corn while listening to KORN". Só porque sim!


sexta-feira, 23 de outubro de 2015

[leituras] League of Extraordinary Gentleman

Título: League of Extraordinary Gentlemen
Argumento: Alan Moore
Desenho: Kevin O'Neill
Páginas: 416
Ano: 2005

Isto vinha com muito boas recomendações, a edição já sabia que era lindíssima e magnífica, só me faltava mesmo ler.

E não fiquei nada desiludida.A história é brilhante, as personagens são caracterizadas especialmente bem, com todo o cuidado e consistência ao longo de todo o livro, a arte é estupidamente boa, eu nem sei.

A ideia de juntar personagens tão diferentes, em personalidade, cultura e vivências é muito boa, e os relacionamentos que se criam nesse sentido são sempre interessantes de analisar!

Senão vejamos o grupo: Wihelmina Murray (Dracula), Capitão Nemo (Jules Verne), Dr. Jeckill, ou Mr. Hyde, depende (Stevenson), Allan Quatermain (Minas do Rei Salomão), Griffin (H.G.Wells - Invisible Man). É preciso dizer alguma coisa? Isto é o livro mais do que certo para os geekzinhos que devoram estas coisas! É simplesmente perfeito! 

Eu de certeza que não apanhei todas as referências espalhadas ao longo do livro, embora tenha apanhado umas poucas, mas ainda me falta estaleca para conseguir apanhar este livro de forma completa. E aí isto ainda se orna melhor!

Para mim o livro só tem um problema. O livro é essencialmente dividido em duas partes, e no fim de cada parte, de BD, temos umas páginas de narrativa. O problema é que é um texto muito mais pesado, bem denso, e que depois do embalo que uma pessoa leva da história é um contraste demasiado grande. 

Essas partes até são interessantes mas é demasiado pesado e naquele contexto não acho que faça sentido. 

Agora, deixando isso de parte, tenho de chamar a atenção para que este é um livro que sendo muito completo e que envolve várias temáticas, várias situações do mais diverso possível. Há violações, há morte, há aventura, há amor, há muita coisa mesmo. 

E há Mr. Hyde a ser brutal, a ser o monstro que todos os chamam mas com retoques brilhantes entre o mórbido e a justiça! Uma das personagens que mais gostei de encontrar ao longo de todo o livro, sem margem de dúvida.

É um verdadeiro livro para apreciadores de literatura, é um excelente livro para quem conhece e para quem não conhece, mais que não seja pela curiosidade que desperta em várias áreas e obras.

Grande, grande livro. E um dia quando for mais crescida releio, e ainda me vai saber melhor!

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

[leituras] Lisboa Triunfante


Título: Lisboa Triunfante

Autor: David Soares
Páginas: 415
Ano: 2008

Quando descobri David Soares foi uma revelação imensa para mim de que havia um autor português a escrever coisas tão estranhas e de forma tão bem feita. Fiquei fã desde o primeiro livro que li - Os ossos do Arco Íris - e nessa altura começou a demanda por ter e ler os livros que já existissem deste senhor. 

Li BD, li contos, li romances e as coisas tinham altos e baixos mas eram sempre leituras interessantes, com perspectivas bizarras e ideias como se vê em poucos sítios. 

Entretanto saiu o Palmas para o Esquilo, uma BD sobre loucura que me deixou interessada desde que soube que ia ser feita. Depois foi só desilusão, num livro com tanto potencial, bons desenhos, uma história que podia estar interessante e louca, ao mesmo tempo, e que acaba por não coneguir manter um ritmo seja de que ordem for pelo argumento que tem e uso e abuso de palavras que nem um autor de dicionários conhece. Fiquei desiludida a níveis ridículos e fiz uma pausa do autor. Precisava de um tempo...

Depois desse livro li o Compêndio, que é brilhante, li o Sepulturas dos Pais que está bom - com o aparte do fim, mas pronto - e agora o Lisboa Triunfante que estava na prateleira a ganhar pó há uns tempos.

Quando comecei a ler apareceu-me Aquilino e a minha felicidade foi imensa. A Conspiração dos Antepassados é um livro extraordinário e se este lhe seguisse as pisadas não podia falhar muito. Não seguiu mas não foi assim tão mau.

O livro é muito escrito por partes. A início torna-se confuso termos tantos inícios de história que param nalgum ponto e parece que não ligam com nada e que nunca mais vamos ouvir falar deles. Fazem todos parte dum plano maior, sim, mas as bases são muito disconexas e caem muito do ar. O início começa forte e prende rapidamente mas depois quase todo o livro é muito debitar de informação que não é assim tão relevante. Eu senti que tive umas aulas de história e quase uma conversa sobre vários dos assuntos que já nos habituámos a ver como conhecimento detalhado em David Soares, mas que para a história dão algum contexto, mas não era preciso tanto. 

O início, como disse, é especialmente interessante e dá um mote forte para o livro, mas depois isso perde-se na grande maior parte dos capítulos de permeio, e só no fim voltamos à garra inicial e ao interesse que tínhamos lido há umas 250 páginas atrás.

Porque lá está, a história é bem interessante, gostei dos twists que leva lá pelo meio, do elemento sobrenatural que joga muito bem pela história, mas metade do livro era dispensável, não evolui grande coisa na história, dá contexto mas a um nível que não se torna relevante e que faz esquecer o que estávamos a falar desde o início. 

Fiquei com pena porque achei que a ideia podia ser muito melhor explorada do que foi, e mesmo assim gostei do livro. É um livro mais à la David Soares mas com toques a mais que eram desnecessários. 

De qualquer das formas é um bom livro, uma leitura interessante e uma perspectiva diferente de algumas coisas que podem existir no mundo. Ainda me falta ler o Evangelho do Enforcado, a ver se trato disso nas proximidades.  


segunda-feira, 19 de outubro de 2015

[leituras] Barry Trotter and the Unnecessary Sequel

Título: Barry Trotter and the Unnecessary Sequel
Autor: Michael Gerber
Páginas: 328
Ano: 2003

Numa daquelas idas a alfarrabistas apareceu-me um livro com o estilo de Harry Potter. Qual não foi o meu espanto quando descobri não o próprio mas um Barry Trotter! Eu nunca tinha ouvido falar disto mas como boa Potterhead tinha de investigar e ler esta obra!

Percebi logo que era um segundo livro duma paródia aos livros originais com umas alterações no mínimo bizarras.

O Barry teve a sua história divulgada no mundo muddle pela J.G. mas não com tudo bem contado. O Barry é casado com a Ermine Cringer, o Lon Measly teve de ser sujeito a uma troca de cérebro com um cão e quem estava a gerir Hogwash - School for Wizardry and Witchcrap - era Dorco Malfeasance. Já para não dizer que o falecido Alpo Bumblemore aparece como Mumblemumble. Enfim...

Embora tenha alguns momentos engraçados, de uma forma geral isto é muito essencialmente parvo. É um humor mais parvo do que outra coisa, com tanta coisa que a saga Harry Potter tem para pegar eles não o sabem aproveitar e metem o Hagrid a ser um completo atrasado mental, o Ron tem um cérebro de cão e portanto não é muito melhor, o Harry consegue ser só infantil, nada joga muito bem.

Tinha potencial e é desperdiçado. Há maneiras de gozar com as coisas e fazê-las engraçadas, desta vez não foi isso que aconteceu. Foi só palerma, gozo parvo e sem grande piada. 

Não é um livro que seja especialmente interessante.  

domingo, 18 de outubro de 2015

Internet Attack (XXXV)

Às vezes a internet dá-nos mais do que estávamos à espera.

Eu sei que o Elvis, a Marylin, o Michael Jackson e a Princesa Diana estão vivos numa cabana à beira mar mas agora surgiu um novo acontecimento - para o meu conhecimento, que isto já não é de agora.

Então não é que me apareceu um site a avisar que a Avril Lavigne morreu em 2004 e foi substituída por outra moça?



Eu a início vi isto e pensei: "do que as pessoas se lembram" e depois fui mesmo ver o site.

Eu também fui das pessoas que até achava piada à moça no início, era toda skater e badass e tinha piada. Depois ficou do grupo dos fixes e não parecia a mesma... Oh oh...

A verdade é que houve uma evolução drástica, fosse na roupa, na postura, na música, bem, em tudo aquilo que se vê da mocinha, agora se a "original" morreu ou não...

Devo dizer que há ali muito trabalho investido. Horas e horas a ver os vídeos todos existentes e não existentes, frame por frame, a descobrir todos os "códigos" secretos que estas pessoas más esconderam por lá.

Há vídeos a comparar vozes, há vídeos a comparar narizes, há vídeos de uma entrevista em que perguntaram a "Avril falsa" se ela era um clone. E ELA NÃO RESPONDE!!! Não precisamos de mais provas.

Há várias pessoas que continuam ainda hoje a descobrir mais coisas e a mostrar fotos da "nova Avril" antes de ser Avril - afinal a moça chama-se Melissa - e no fim é importante perceber que não quiseram a morte dela porque viram ali muito dinheiro ainda por fazer e montaram uma farsa.

Vou deixar um antes e depois, só porque sim!



(ela tem uma saia de cupcakes, pah...)


Se as horas gastas a investigar esta troca de corpo fossem gastas em coisas um bocadinho mais úteis tínhamos aqui gente muito competente. O que o CSI não se pela por apanhar pessoas tão dedicadas.

Eu cá não sei se trocaram uma pela outra, se a pobre moça morreu ou não, sei que olhando para o meu horário e calendário eu gostava de ter o tempo que esta gente tem para tratar disto. Até porque já foi em 2004, deixem lá a morta em paz.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

[leituras] Comandante Serralves - Despojos de Guerra

Título: Comandante Serralves - Despojos de Guerra
Autores: Carlos Silva, Inês Montenegro, Vítor Frazão, Ana Filipa Ferreira, Joel Pulga, Rui Leite
Páginas: 154
Ano: 2014

Eu tinha uma boa ideia deste projecto. Parecia-me ter potencial, via-lhe uma porta muito bem composta para ser um livro bem porreiro e com muito para dar.

Não me enganei muito!

A ideia é original, bem apanhada e bem concretizada. Temos seis mãos a pegar neste mundo universal, unificado e separado ao mesmo tempo, com um Comandante inteligente. de olhos verdes, que vai trocando de corpo à medida que aquele onde estava morre. Uma transferência de personalidade que acaba por matar a pessoa que "doa" o corpo. É uma ideia que pode ser muito bem apanhada - só fiquei com medo que caíssem numa onda do Nómada da Meyer mas o perigo passou, por enquanto.

Embora sejas várias partes, em diferentes tempos com diferentes situações está tudo muito ligado na mesma história e de uma maneira geral o livro podia ter sido escrito por uma mão. Há distinções nos textos, nos tipos de escrita, mas está bastante uniforme, para o lado bom e mau que isso possa ter. Por isso não os quero separar, gostei do livro como um todo, esteve melhor do que pensei a início. A escrita nalgumas partes está realmente boa e cativou-me bastante. 

Ao ler isto os tiques do tipo lembraram-me um amigo meu e portanto li o livro com um Comandante Serralves mais "real", e imaginá-lo a passar as várias situações que são retratadas no livro é bem engraçado.

Mas enfim, o livro é bom, fiquei contente por ter uma qualidade elevada e não ser só mais uma colectânea que junta coisas e as apresenta em forma de livro. É uma coisa estruturada, bem pensada, dinâmica e com muito potencial para continuar. Por vezes as histórias deixavam a vontade de continuara a saber o que se passou ali, qual seria o fim que aquele momento teria. Por aí talvez gostasse que tivessem feito as coisas de outra forma, mas e daí sei lá, ainda muito pode vir deste projecto.

Vou ficar à espera, vou querer ver mais e ver o que é que esta gente apresenta mais. A qualidade que não diminua e as coisas que continuem a sair.


quarta-feira, 14 de outubro de 2015

[leituras] Habibi

Título: Habibi
Autor: Craig Thompson
Páginas: 672
Ano: 2011

Aqui há já uns tempos largos vi um filme bem engraçado chamado "O Visitante". Eu na altura gostei do filme e lá pelo meio havia um casal que quando estavam mais esquinados o marido tratava a mulher por "habibti". Eles no filme levam aquilo na brincadeira, por ser um nome fofinho para ver se conseguia "acalmar a fera" - e resultava.

Aquela palavra ficou-me na ideia, investiguei na altura e vi que havia duas formas, habibti para a "minha amada", habibi para o "meu amado". 

Dito isto, passado uns tempos apareceu-me este livro à frente. Uma edição bonita, uma capa com ar adorável e fiquei curiosa para ver o que vinha daqui, já que o nome só por si me chamava bastante. 

Ainda demorei a pegar nele, até porque ainda são umas centenas de páginas, mas este verão lá me decidi. 

O livro consegue ser bonito e bruto ao mesmo tempo, se lermos nas entrelinhas. É um livro calmo, que se lê muito bem, um livro que nos conta uma história, com todos os pormenores, mas com ênfases diferentes. Não é fácil gerir essas diferenças do que dizer e como mas neste caso tem um aspecto completamente natural e interessante.

Dodola e Zam são duas crianças. Abaixo disso são dois escravos fugidos que só se têm um ao outro. Vivem num barco perdido no meio do deserto e Dodola faz o que precisa de fazer para ter meio de sustentar-se a si e ao pequeno Zam. 

A história se for vista e pensada devidamente é forte, é triste e é preocupante, no entanto é-nos contada de tal forma que percebemos tudo, sentimos tudo, sem necessidade de recorrer a nada estupidamente explícito. É essencialmente um livro inteligente.

É daqueles livros que não sendo um conto de fadas cheio de coisas brilhantes a acontecer é um livro lindíssimo pela autenticidade que cria e o ambiente de ingenuidade que nos consegue passar em grande parte da história.

Sem dúvida que mais gente devia ler o livro, vale bem as horas passadas a lê-lo! 

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

[leituras] A Storm of Swords (Game of Thrones #3)

Título: A Storm of Swords (A Song of Ice and Fire #3)
Autor: George R.R. Martin
Páginas: 1177
Ano: 2000

Se o primeiro  livro é muito nas personagens principais, chamar-nos a atenção para a história e prender-nos o máximo que conseguem, e se o segundo já dá sinais da quantidade de gente que se vai envolver nestas brincadeiras, até porque as guerras fazem-se com muita gente, este terceiro livro é mais do mesmo.

Não quero ser mal entendida: eu gosto dos livros, gosto da história mas não o tanto que ache que valha muito a pena ler os livros em detrimento da série.

A série é bem pior que o livro, eu nem tinha noção daquantidade de adaptações - e sempre para nos mutilar mais um pouco - que a série faz. O Martin não é assim tão mau, o pessoal que adapta os livros do Martin para a série é que tem ali uns retoques de malvadez que enfim. (Eu não sei se o Martin tem dedo nisso, provavelmente até tem, mas pronto!)

Mas mais uma vez, não acho que os livros valham as mil e tal páginas que têm. Mesmo gostando muito da história, reconhecendo-lhe muito mérito pelo universo criado, pelas ideias muito boas que tem aqui inseridas isto não é, de todo, uma saga que seja fascinante e nos agarre aos livros. E para nos levar agarrados durante mais de mil páginas era preciso muito, mas nem sequer às 300 aquilo pega.

Verdade seja dita que neste ponto da história as coisas começam a ficar noutro nível de interessante. As personagens já estão mais sólidas, muito mais construídas, nota-se uma evolução - em muitas - desde o início e começamos a ver desenvolvimentos bem interessantes que dão outra piada a isto tudo.

Estou com algumas reticências em continuar a ler os livros - embora me sinta cobarde se parar por aqui - mas sinceramente acho que consigo acompanhar a história pela série - mesmo com as diferenças e omissões que acabam por acontecer. A escrita não é especialmente interessante, o que cativa é a história, e mesmo assim, ler alguns capítulos do ponto de vista de personagens aborrecidas tornam-se, sem grande surpresa, aborrecidos!

Já muitas histórias secundárias que fazem sentido para não só dar contexto como também para mostrar que há mais do que aquilo que vemos os 6 ou 7 principais a fazer (não os vou estar a contar mas com a quantidade de gente a morrer não devem ser muitos mais).

Eu vou ter que acabar de os ler, eu sei, os meus laivos de OCD não me permitem outra coisa, mas por agora vamos dar um tempo, Georgie. 

domingo, 11 de outubro de 2015

Internet Attack (XXXIV)

Eu já não sou do tempo do Carrie. Entretanto li o livro, vi o filme original, e gostei, é um King e eu costumo ser fã.

Para quem faz alguma ideia do que eu estou para aqui a dizer sabe que a grande cena a despoletar toda a desgraça do filme é a pobre da moça ter a menstruação num dia de educação física e não sabendo ela o que era aquilo é gozada por todas a - espectaculares - colegas.

Na Suécia levam a coisa noutros moldes.


A ideia é falar-se abertamente e sem problemas sobre a menstruação. Eu concordo, sim senhor, faz sentido. Mas daí a fazerem uma sessão fotográfica a marcar o ano com tampões e pensos ensanguentados... huuum... acho que não valia a pena! Mas isso sou eu!

Agora, uma luta entre beleza e desconforto: a vida das mulheres! Podia ser, mas não!


Não são objectos de tortura, são simples acessórios que são propositadamente criados para estar num balanço entre beleza e desconforto. 





Eu não os acho especialmente bonitos, confesso, mas o conceito é interessante. No fundo não é mais do que o dia a dia que muita gente vive mas transposto assim ganha uma visibilidade diferente.

Por último deixo só um desabafo do como andam os meus dias:




sexta-feira, 9 de outubro de 2015

[series] Attack on Titan

Título: Attack on Titan
Duração: 25 min
Ano: 2013

Eu que não sou muito de animes nos últimos tempos tenho-me rendido a algumas. As histórias têm aquele quê de estranho/aleatório/esquisito japonês mas eu gosto, que é que se há-de fazer. Mais a mais há demasiada gente a atirar-me com nomes associados a histórias interessantes e lá vou eu!

Attack on Titan tem andado tanto na moda, já ouvi dizer tão bem e tão mal que tive de dar o meu parecer. 

E não me lixem: isto é bom! Tem falhas, claro que sim, mas de uma forma geral isto torna-se engraçado. E sacanas das pessoas que fazem isto que sabem deixar os episódios mesmo no sítio certo para ter de ver mais um episódio. Maldições tenham... 

Sendo anime a história adivinha-se por si própria: há gigantes que apareceram do nada e que nos querem matar a todos. Já se sabe que esta é a premissa de mais de metade das animes, não há como escapar. 

O que acontece aqui é que esses mesmos gigantes, os Titans, são muito altos - mesmo com vários tamanhos possíveis -, com uma temperatura corporal ridiculamente alta, regeneram de qualquer ferida que lhe façam, o seu ponto fraco - e única forma de serem derrotados - é na nuca e não tem orgãos sexuais. 

De uma maneira geral é isto. Ah, e comem pessoas!

Para primeira temporada tem 26 episódios, quase todos a acabar em alturas muito pouco simpáticas para quem tem pouco tempo e não pode ver a série toda seguida, mas eu cá gostei do que fizeram com isto. 

Há um twist que é muito imediato quando acontece - embora não nos digam logo que aconteceu - e que dentro do campo de que há monstros antropomórficos gigantes, cheios de força e cheios de fome, se torna engraçado e dá uma volta na história. 

Eu nem sei bem quando é que a história continua mas estes episódios foram bons de ver, foram interessantes e a história não se torna aborrecida, repetitiva ou demasiado previsível. 

Eu cá gosto, quando sair a segunda temporada vou continuar a acompanhar e por agora já tenho outra anime para ver, por isso... 


quarta-feira, 7 de outubro de 2015

[leituras] Sr. Bentley, O Enraba Passarinhos

Título: Sr. Bentley, O Enraba-Passarinhos
Autor: Ágata Ramos Simões
Páginas: 160
Ano: 2006

Eu nem sei bem como e quando é que ouvi falar pela primeira vez deste livro mas sei que o ar muito cor de rosa do próprio em conjunto com o título prometia qualquer coisa de engraçado. Mais a mais, depois de o abrir reparei numa coisa muito curiosa. 

Este livro é da Saída de Emergência. Que neste livro aparece como associada a algumas zonas em específico: Chelas, Buraca, Casal Ventoso e Galinheiras. Ora aqui está um tópico a investigar: as raízes da Saída de Emergência.

O livro, além de cor-de-rosa, tem o seu quê de engraçado, o seu quê de crítico e o seu quê de palerma. Tem uma componente de crítica social bem presente nalgumas passagens, tem uma tendência para cair na piada fácil de um tipo com uma mentalidade muito sexual mas estranha assim como para a piada de brutalidade ou insensibilidade, 

De uma maneira geral é um livro que não marca muito, é um livro que não tem uma história que nos prenda ou sequer que nos alicie. A base é sobre um tipo especialmente estranho que tem um chapéu de chuva voador, chateia tudo e todos, e gosta de visitar cemitérios às segundas, quartas e sextas. Tem muito mais do que isto e a história está bem construída, o conteúdo em si é que deixa um bocadinho a desejar.

Há em especial um capítulo que é estupidamente bom. Fala sobre prazos de validade, que nos impõe em tudo o que nos rodeia, da água às camas, e nós aceitamos e pagamos quando o prazo acaba. Há sempre prazos, e no fim do prazo pagamos ainda mais, seja lá no que for. Aí sim, vi potencial para muito, um texto coerente e incisivo que não deixa grandes margens para dúvidas.

Mas à parte desse momento, e de outros não tão marcantes, o livro é bastante mediano. Tem bastantes calinadas no português, o que é uma pena. De qualquer das formas é um livro que entretém e diverte. Não é uma leitura que valha muito a pena, mas numa tarde sem nada para fazer dá para passar bem o tempo.


segunda-feira, 5 de outubro de 2015

[leituras] Assassination Classroom

Título: Assassination Classroom (#1)
Autor: Yusei Matsui
Páginas: 184
Ano: 2012

Eu andava a ver muita fama neste livro. A capa é muito vistosa - tudo muito amarelo com um smile gigante, não é fácil de passar despercebido - e começava a ouvir falar disto sem saber bem o que seria e se valia alguma coisa!

Resultado: vale muito a pena!

Eu ia na expectativa de ser mais uma manga estranha, com coisas estranhas a acontecer mas nada de especialmente interessante. Depois li o início e foi amor à primeira vista.

A premissa é bastante simples (e palerma, se quiserem ir por esses caminhos): há um ser extraterrestre (o tipo da capa) que roubou 75% da Lua. O objectivo dele era fazer o mesmo à Terra mas como é um tipo porreiro ele vem para a Terra, de livre e espontânea vontade, dar aulas a uma turma. Plot twist da coisa? Se no espaço de um ano ninguém o conseguir matar o destino da Terra será semelhante ao da Lua.

Todas as pessoas que numa altura ou noutra foram estudantes: quem é que não quer ter no plano de estudos matar o próprio professor? Imaginem o potencial desta medida... Ah!

Claro que é uma tarefa complicada e todo o santo dia as pessoas tentam matá-lo e todo o santo dia toda a gente falha!

Primeiro ponto para quem não está convencido - ou não ficou ao ler o livro: onde é que se arranja outro sítio onde um professor diga para os alunos "Vou almoçar num instante ao sítio X. Se alguém me quiser matar entretanto avisem que eu volta, ok?"? O que eu me ri quando li isto nem é bom divulgar, por isso avancemos!

Eu agora estou muito, muito curiosa para os próximos. Podem não ser tão bons, podem não ter a mesma piada, mas este livro só por si é sem dúvida dos livros mais divertidos que li este ano.

domingo, 4 de outubro de 2015

Internet Attack (XXXIII)



Não é um quadro e nem é uma coisa estática sequer. As brincadeiras com cores que se propagam e fazem desenhos curiosos fazem imagens lindíssimas e para muitos ajuda a relaxar.

Há um vídeo que é apenas e tão só isso: ver as cores a aparecer no meio das que já lá estavam, espalhando e alterando completamente o que lá estava. É engraçado, psicadélico ou calmante não sei, mas engraçado é.

De vez em quando a internet brinda-me com vídeos que acabam por ser só estranhos, seja porque vêm da mentalidade estranha de alguém, seja por um acontecimento qualquer fora do comum. Depois há as "personagens" que são mostradas nesses vídeos.

Este é um deles:


A senhora é especialmente estranha com uma coisa tão simples.

Eu ainda tenho as minhas dúvidas da veracidade do vídeo porque me parece ridículo tanto alarido. A senhora faz disto um circo. O que vale é que tudo reunido assim fica uma coisa engraçada de se ver. A sonoridade é no mínimo engraçada!

Depois há fósforos com cabeças humanas.


Num ar quase das estátuas da Ilha da Páscoa estas cabeças são especialmente estranhas mas fazem-me algum sentido. Quem é que nunca sentiu a cabeça a fritar? De cada vez que isso acontece há mais um fósforo que se guarda com aquela cabeça queimada. Isto dava uma história gira, qualquer dia trato disso.







sexta-feira, 2 de outubro de 2015

[series] Evangelion

Duração: 1 season, 25 min por ep
Ano: 1995-96

"É estranho" foi basicamente o que me levou a ver isto. Não fui muito dificil numa coisa destas: tem um ar estranho, tem potencial para ser engraçado, oh well, bora lá!

O ar é muito anos 90, nota-se que não há grande coisa de recente. É como olhar para um jogo de há uns anos, não engana.

Enfim, o conceito de ter monstros que nos invadem e querem matar à força toda é recorrente em tudo o que é japonês e desta vez não falhou.

Para dar resposta a estas matanças todas constroem-se uns robots gigantes - os EVA - que se ligam directamente ao controlo de uma criança (crianças, sim!) e assim conseguem conduzir aquele monte metálico para andar à porrada com os bichos.

A série está bem curiosa e gostei bastante de ver isto mas o que me chateia é que há demasiada coisa que não se faz ideia de onde cai. Há momentos muito estranhos que até podiam fazer ali uma reviravolta completa que explicava alguma coisa mas nem se quer se fala naquilo, ou sequer que é estranho. É tudo aceite com a maior das normalidades e nunca mais se fala no assunto. Não faz grande sentido e parece-me uma perda de oportunidade para alguns twists mais engraçados.

Mas de uma maneira geral isto é bom, desde que cortemos os últimos três episódios que são só aleatórios, estranhos, desfasados de qualquer história e que não fazem ponta de sentido.

Enfim, isto é bom e vale bem a pena mas é preciso ir com caução e aceitar que metade das coisas que nos aparecem e que caem do céu vão ficar assim, ninguém nos vai fazer sentido daquilo. Já ficam avisados!